Igreja Católica recebe 83 pedidos de compensação por abusos

O grupo Vita, criado pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) para lidar com casos de abuso sexual na Igreja Católica, anunciou ter recebido um total de 83 pedidos de compensação financeira. A coordenadora do grupo, Rute Agulhas, revelou que, até ao momento, foram constituídas comissões de instrução que avaliaram 68 casos.

A diferença entre o número de pedidos e as avaliações deve-se a situações em que as pessoas não compareceram às entrevistas agendadas ou em que não houve violência sexual. Atualmente, apenas sete pessoas estão a ser avaliadas para compensação financeira, com entrevistas agendadas para setembro.

Rute Agulhas destacou que o grupo Vita comprometeu-se a concluir a maioria dos pareceres até ao final de agosto, permitindo assim o avanço de um segundo grupo de trabalho que irá tratar da fixação das compensações. A maioria das vítimas expressou que se sentiu ouvida e validada durante as entrevistas, o que foi considerado um momento importante, sem revitimização.

A discussão sobre as indemnizações deverá ser feita “caso a caso”, e não de forma global. Assim que o novo grupo de trabalho estiver formado, os pareceres já elaborados poderão ser enviados. Este grupo incluirá duas pessoas do grupo Vita, que está a terminar as suas funções.

Rute Agulhas fez um balanço positivo do processo, notando que, com o passar do tempo, mais pessoas têm procurado o grupo para solicitar compensação financeira, mas, acima de tudo, para serem ouvidas. Muitas vítimas afirmam que não estão focadas no dinheiro, mas sim na validação da sua experiência pela Igreja. Algumas mencionaram que, se receberem compensação, pretendem doá-la a instituições de apoio a crianças ou jovens.

A compensação financeira é vista como um sinal simbólico do esforço da Igreja para reparar os danos sofridos. Muitas das vítimas ouvidas deixaram de ter fé na Igreja, mas continuam a acreditar em Deus e na fé católica de uma forma diferente. Rute Agulhas elogiou a abertura da hierarquia da Igreja em avançar com estas entrevistas e a previsão de indemnizações.

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Além disso, o grupo Vita tem recebido relatos de abusos ocorridos em contextos familiares, escolares e desportivos, com muitas pessoas a sentirem que a Igreja é o único espaço onde encontram acolhimento. A CEP e a Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) aprovaram por unanimidade a atribuição de compensações financeiras a vítimas de violência sexual, tanto crianças como adultos vulneráveis.

O grupo Vita continua a desenvolver o seu trabalho, reforçando parcerias e canais de comunicação, e já promoveu ações de formação que abrangeram mais de 3.800 pessoas. Dois programas de prevenção da violência sexual estão em fase de conclusão e serão apresentados publicamente a 30 de setembro em Lisboa.

Por fim, a Igreja Católica está a organizar um congresso sobre a prevenção e resposta à violência sexual, que ocorrerá em Fátima a 27 de novembro. Este congresso visa refletir sobre o caminho percorrido e projetar estratégias futuras no combate a crimes sexuais no contexto da Igreja.

Leia também: O papel da Igreja na proteção de vítimas de abusos.

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Fonte: Sapo

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