A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, expressou preocupação com os riscos associados a uma possível crise política em França. Durante uma entrevista à Radio Classique, Lagarde destacou que a instabilidade governamental em qualquer país da Zona Euro pode ter consequências significativas para a economia e para a confiança dos mercados financeiros.
A crise política em França surge num momento em que o primeiro-ministro, François Bayrou, está à procura de apoio na Assembleia Nacional. Segundo a Agência France Presse, a situação é delicada, uma vez que Bayrou pode não conseguir obter a confiança parlamentar necessária, o que o obrigaria a considerar a sua demissão. Este cenário levanta questões sobre a estabilidade política e económica do país.
Christine Lagarde também abordou a possibilidade de França necessitar de assistência do Fundo Monetário Internacional (FMI), afirmando que tal situação não se aplica ao país neste momento. “Os países pedem a intervenção do FMI quando enfrentam um défice grave na balança corrente e não conseguem cumprir as suas obrigações. Este não é o caso da França”, afirmou Lagarde, que liderou o FMI entre 2011 e 2019.
A crise política em França não é apenas uma questão interna, mas tem repercussões que podem afetar toda a Zona Euro. Lagarde sublinhou que a ocorrência de riscos políticos tem um impacto claro na economia, algo que os investidores e analistas estão a monitorizar de perto. O primeiro-ministro Bayrou, que tomou posse em dezembro do ano passado, afirmou que a questão em jogo no voto de confiança agendado para 8 de setembro não diz respeito apenas ao seu futuro, mas sim ao futuro da França.
À medida que a situação se desenrola, a atenção do BCE e dos mercados financeiros estará voltada para a capacidade do governo francês de estabilizar a situação política. A crise política em França poderá, assim, ter implicações mais amplas, não só para o país, mas também para a economia da Zona Euro como um todo.
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Fonte: Sapo
