Descontentamento com o poder local no Algarve e Grande Lisboa

Um estudo recente da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) revela que um terço dos cidadãos em Portugal não sabe qual o partido que governa a sua autarquia. Esta pesquisa, realizada entre fevereiro e abril de 2023, mostra que, apesar de uma maioria reconhecer a importância do poder local, a insatisfação é mais evidente em regiões como o Algarve e a Grande Lisboa.

De acordo com o Barómetro do Poder Local, apenas 17% dos inquiridos considera que a ação dos autarcas está à altura das expectativas. Curiosamente, a satisfação com o poder local é maior nos municípios não urbanos, onde 72% dos residentes conhecem o partido no Executivo camarário, em comparação com apenas 61% nas áreas urbanas. A identificação do edil também é superior nas zonas não urbanas, com 60% a saber o nome do responsável, contra 57% nas cidades.

Os dados indicam que o poder local é visto de forma mais positiva em regiões como o Oeste, Vale do Tejo e Centro, enquanto o Algarve e a Grande Lisboa apresentam os níveis mais baixos de satisfação. Metade dos residentes com mais de 18 anos afirma ter uma imagem muito positiva do poder local, e 34% consideram-no positivo. No entanto, a literacia institucional é um desafio, com mais de 40% dos inquiridos a avaliar negativamente o conhecimento sobre as CCDR, áreas metropolitanas e comunidades intermunicipais.

O estudo destaca que 80% dos cidadãos acreditam que o poder local deveria ter uma intervenção maior nas áreas da saúde e habitação, refletindo a pressão que estas questões exercem sobre a sociedade. A segurança, especialmente nas zonas urbanas, é outro tema em destaque, com 80% dos inquiridos a exigir uma maior influência das câmaras municipais.

A análise revela também que a satisfação com o trabalho dos representantes locais tende a aumentar com a idade, sendo que aqueles com apenas o primeiro ciclo de escolaridade apresentam uma imagem mais positiva do poder local. Quando questionados sobre as competências das autarquias, 73% dos inquiridos sabem que as câmaras são responsáveis pela contratação de auxiliares para as escolas, enquanto 76% reconhecem que cabe ao poder local definir o valor do IMI. No entanto, 62% erradamente acreditam que as câmaras são responsáveis pela manutenção de todas as estradas, um erro mais comum nas áreas urbanas.

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O Barómetro do Poder Local, conduzido por Filipe Teles e Nuno Cruz, baseou-se em 1070 entrevistas a residentes de Portugal continental, com uma margem de erro de 3% e um nível de confiança de 95%. Este estudo sublinha a importância de uma maior literacia institucional para uma democracia mais informada e participativa.

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Fonte: ECO

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