O Fórum para a Competitividade revelou que o desempenho da economia portuguesa poderá ser marcado por uma “timidez” no terceiro trimestre de 2025. Apesar disso, a entidade alerta que os dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e pelo Banco de Portugal apresentam resultados “mistos”, o que exige uma análise cautelosa.
De acordo com o indicador diário de atividade do Banco de Portugal, o valor registado em julho foi ligeiramente negativo, e a situação deteriorou-se ainda mais em agosto. Em contrapartida, o clima económico, conforme medido pelo INE, estabilizou em julho e apresentou um pequeno aumento em agosto.
O Fórum para a Competitividade sublinha que existe uma disparidade significativa entre os vários indicadores referentes ao terceiro trimestre, o que justifica a necessidade de prudência na interpretação dos dados. O consumo, por sua vez, deverá continuar a beneficiar do aumento substancial do emprego e das alterações nas tabelas do IRS, embora a descida das taxas de juro já não tenha o mesmo impacto.
Além disso, o ambiente internacional continua a ser um fator de risco elevado, com novos elementos de instabilidade, como os ataques à Reserva Federal dos EUA e a situação em França. O Fórum acredita que uma clarificação das perspetivas internacionais poderá ser crucial para relançar o investimento e influenciar positivamente as exportações.
No que diz respeito ao Orçamento do Estado para 2026, a entidade destaca que o Governo já assumiu compromissos orçamentais que totalizam cerca de 4,45 mil milhões de euros. Este cenário pode limitar as negociações com outros partidos, criando um condicionamento claro que, segundo o Fórum, pode ser vantajoso para o Governo ao demonstrar que não há muita margem para concessões.
O Fórum para a Competitividade também enfatiza a necessidade de reformas estruturais que, embora possam não ter um impacto orçamental significativo, são essenciais para aumentar o potencial de crescimento da economia portuguesa. A entidade conclui que, face à conjuntura atual, o bom desempenho da economia dependerá em grande medida de mudanças estruturais.
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Fonte: ECO
