A Sogrape, a maior empresa portuguesa de vinhos, anunciou um resultado líquido de 16 milhões de euros no último ano, impulsionado por vendas recorde que atingiram os 356 milhões de euros. Este desempenho marca uma recuperação significativa em relação ao ano anterior, quando a empresa viu os seus lucros reduzidos em mais de 50%. O CEO, Fernando da Cunha Guedes, destacou que, apesar de um “contexto de grande exigência e num mundo que está a mudar rapidamente”, a Sogrape conseguiu inverter a tendência negativa.
Embora o resultado líquido tenha melhorado 45% em comparação com o ano anterior, ainda ficou aquém dos 24 milhões de euros registados em 2022. O volume de negócios cresceu 7%, com a venda de 130 garrafas de vinho por minuto e a adição de mais de 60 novos produtos ao portefólio. Apenas o Canadá apresentou uma diminuição nas compras entre os dez principais mercados da Sogrape.
Fernando da Cunha Guedes comentou que a empresa superou as expectativas em vendas, margem e EBITDA, que subiu de 42 para 46 milhões de euros. “Conseguimos tudo isto num cenário difícil, mas escolhemos aprender com as adversidades e focar nas oportunidades”, afirmou. A Sogrape, que foi fundada em 1942, tem vindo a expandir-se, incluindo a recente aquisição da Viña Mayor em Ribera del Duero, Espanha, onde investiu 48 milhões de euros.
O grupo vinificou 32,5 milhões de litros e registou uma evolução positiva na maioria das suas marcas e mercados. O administrador financeiro, Bernardo Brito e Faro, afirmou que a Sogrape conseguiu fortalecer a sua posição financeira, refletindo o impacto positivo das aquisições e do crescimento orgânico.
Além disso, a Sogrape tem investido em enoturismo, com receitas a atingirem 6,1 milhões de euros, um valor recorde para a unidade de negócios Grape Ideas. A empresa abriu um gastrobar no Sandeman Terrace e assumiu a gestão do Douro Bites, atraindo 250 mil visitantes de 150 nacionalidades aos seus espaços turísticos.
Os vinhos portugueses representam metade das vendas globais da Sogrape, que opera em 120 países. Os principais mercados incluem o Reino Unido, Portugal e os EUA, onde a empresa antecipou o envio de encomendas para evitar tarifas. Apesar de alguns desafios, como a queda nas vendas de marcas como Porto Ferreira e Gazela, a Sogrape continua a ser um dos líderes do setor.
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Fonte: ECO