O líder parlamentar do Partido Socialista (PS), Eurico Brilhante Dias, apelou a Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, para que atue “em coerência” com as exigências que fez ao seu antecessor, Fernando Medina, no contexto do ‘Rússiagate’ em 2021. Durante uma conferência de imprensa no Parlamento, após uma reunião com o Governo, Brilhante Dias afirmou que Moedas “sabe que não devemos exigir aos outros aquilo que não estamos preparados para cumprir”.
As declarações surgem na sequência do trágico acidente do Elevador da Glória, que resultou em 16 vítimas mortais e dezenas de feridos. Embora não tenha usado a palavra “demissão”, Eurico Brilhante Dias insinuou que Carlos Moedas deve tomar uma decisão que mantenha a sua coerência, referindo que “a consciência dele lhe pede que, em coerência com o que disse, tome uma decisão”.
O líder parlamentar socialista reconheceu o “incómodo” da situação, sublinhando que “o momento é de grande, grande tristeza”. Ele recordou que Carlos Moedas, enquanto vereador, exigiu a demissão de Fernando Medina e, portanto, agora deve refletir sobre a sua própria posição. “Conhecemos bem aquilo que Carlos Moedas exigiu ao presidente da câmara Fernando Medina, por isso penso que a consciência dele lhe pede que, em coerência com o que disse, tome uma decisão”, reiterou.
Eurico Brilhante Dias falava aos jornalistas após o encontro com o Governo, onde foram discutidos temas relevantes para o país, incluindo o Orçamento do Estado para 2026, a Lei de Estrangeiros e a Lei da Nacionalidade, bem como a criação de freguesias e a situação na Palestina.
Além disso, o ex-secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, também pediu responsabilidades políticas a Carlos Moedas. Numa publicação no Facebook, Santos afirmou que “algumas pessoas tentam evitar o inevitável: a assunção de responsabilidades políticas pelo atual Presidente da CML”. Ele destacou que Moedas é “prisioneiro das suas próprias declarações em 2021”, quando exigiu a demissão de Fernando Medina. Para Pedro Nuno Santos, “não é preciso esperar por nenhuma investigação” para saber quem tem a responsabilidade política neste caso.
A pressão sobre Carlos Moedas aumenta à medida que a discussão sobre a sua responsabilidade se intensifica, especialmente num momento tão delicado para a cidade de Lisboa. Leia também: O impacto do acidente do Elevador da Glória na política local.
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Fonte: ECO