O ouro, um dos ativos mais procurados em tempos de incerteza, continua a mostrar sinais de valorização. Recentemente, o metal precioso tem alcançado novos máximos, e especialistas acreditam que ainda há espaço para novas subidas. Entre os fatores que podem impulsionar a valorização do ouro estão a incerteza global e a esperada redução das taxas de juro pela Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed).
Ricardo Evangelista, CEO da ActivTrades, destaca que o preço do ouro se mantém estável, consolidando-se acima dos 3.500 dólares. Após uma correção recente, o metal precioso parece estar a recuperar força. As expectativas em torno de cortes nas taxas de juro pela Fed têm pressionado o dólar, o que, por sua vez, beneficia a valorização do ouro. Além disso, a procura por ativos de refúgio tem aumentado, impulsionada por incertezas relacionadas a tarifas comerciais, receios de interferência política na Fed e a turbulência geopolítica persistente.
Evangelista salienta que, caso os dados do emprego nos Estados Unidos indiquem uma desaceleração económica, isso poderá reforçar as expectativas de cortes nas taxas de juro, criando assim margem para novas valorizações do ouro. Por outro lado, Bas Kooijman, CEO da DHF, acrescenta que as tensões geopolíticas continuam a sustentar o fluxo de investimentos para ativos de refúgio, como o ouro.
Os investidores estão atentos à divulgação dos dados sobre os empregos não agrícolas, uma informação que pode influenciar significativamente o sentimento do consumidor e as expectativas em relação à política monetária. Kooijman alerta que qualquer surpresa nos dados pode gerar volatilidade nos preços do ouro. Apesar de o metal ter negociado perto de máximos na última sexta-feira, os investidores mantêm uma postura cautelosa à espera dos resultados do emprego.
A valorização do ouro está, portanto, apoiada pelas expectativas de flexibilização monetária e pela procura contínua de ativos seguros em meio à incerteza global. Dados recentes dos Estados Unidos reforçam a possibilidade de uma desaceleração económica, com o relatório de emprego da ADP a mostrar um enfraquecimento no mercado de trabalho. Os investidores acreditam que um corte de juros de 25 pontos base é quase certo na próxima reunião da Fed, com a expectativa de até três cortes ao longo deste ano.
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Fonte: Sapo
