Um relatório preliminar do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) revelou que o cabo que unia as duas cabinas do elevador da Glória cedeu. Esta conclusão surge após a análise dos destroços do acidente, que ocorreu na quarta-feira e resultou em 16 mortes e 23 feridos.
O estudo realizado no local do acidente confirmou que o cabo cedeu no ponto de fixação da cabina n.º 1, que partiu do cimo da Calçada da Glória. Os outros componentes, como o volante de inversão e as polias, estavam em boas condições, sem anomalias visíveis. O relatório também indicou que o cabo na cabina n.º 2 não apresentava problemas.
O GPIAAF divulgou a informação apenas um dia depois do previsto, devido à complexidade da remoção dos veículos envolvidos. O organismo também acompanhou diligências adicionais do Ministério Público. O acidente causou a morte de cinco portugueses, além de vítimas de várias nacionalidades, incluindo sul-coreanos, britânicos e canadenses. Entre os feridos, dez estão em estado grave.
De acordo com o relatório, o guarda-freio do elevador tentou acionar os travões automático e manual para parar a descida, mas sem sucesso. A carruagem continuou a descer até descarrilar, atingindo uma velocidade estimada de 60 quilómetros por hora. O documento detalha que, cerca de seis metros após o início da viagem, as cabinas perderam a força de equilíbrio proporcionada pelo cabo de ligação.
Após o descarrilamento, a cabina n.º 2 recuou abruptamente, enquanto a cabina n.º 1 continuou a descer, aumentando a sua velocidade. As tentativas do guarda-freio para travar o movimento foram infrutíferas. O GPIAAF concluiu as perícias no local e enviou informações sobre as constatações iniciais, enquanto a investigação prossegue.
É importante notar que, desde agosto de 2023, o GPIAAF conta apenas com um investigador para o setor ferroviário, o que levanta preocupações sobre a capacidade de resposta a acidentes como o do elevador da Glória. O coordenador do GPIAAF, Nelson Oliveira, afirmou que a investigação irá abranger todos os aspetos relevantes e que o prazo para um relatório preliminar é de 45 dias.
O elevador da Glória, gerido pela Carris, é uma importante atração turística que liga os Restauradores ao Jardim de São Pedro de Alcântara, num percurso de aproximadamente 265 metros. Este trágico acidente levanta questões sobre a segurança e a manutenção de infraestruturas que são essenciais para a mobilidade na cidade.
Leia também: Acidente no elevador da Glória levanta questões sobre segurança.
elevador da Glória Nota: análise relacionada com elevador da Glória.
Leia também: Cabo falha no elevador da Glória causa descarrilamento mortal
Fonte: ECO