A Cuga, anteriormente conhecida como Varandas de Sousa, tem-se destacado como a maior produtora de cogumelos em Portugal, com uma faturação superior a 20 milhões de euros. Em 2020, a empresa enfrentou dificuldades financeiras, mas foi resgatada pela CoRe Capital, que assumiu uma dívida bancária de 54 milhões de euros, reduzindo-a para cerca de 12,3 milhões, além de regularizar dívidas ao Fisco e à Segurança Social.
Nuno Pereira, ex-gestor da Vitacress, foi convidado em 2023 para liderar o relançamento da marca Cuga. A empresa apresenta agora uma nova gama de produtos, com 10 tipos de cogumelos, distribuídos em categorias como “Clássicos”, “Fusão”, “Únicos” e “Sazonais”. Pereira destaca a importância da qualidade, inovação e sustentabilidade como pilares da nova estratégia da Cuga, citando o lema de Fernando Pessoa: “põe quanto és no mínimo que fazes”.
O CEO sublinha que a Cuga pretende aproveitar a crescente popularidade dos cogumelos, considerados um superalimento, e deixar um legado que transcenda o mero crescimento económico. A empresa tem como meta aumentar a produção de 4,5 mil toneladas em 2024 para 6,5 mil toneladas até 2025, após um investimento de mais de 3 milhões de euros na modernização das suas instalações.
Com uma quota de mercado de 85% em Portugal, a Cuga ambiciona crescer ainda mais. O consumo de cogumelos em Portugal é relativamente baixo, com uma média de 1 kg por pessoa por ano, em comparação com os 3,5 kg em Espanha. O mercado de cogumelos frescos em Portugal tem crescido entre 4% e 6% anualmente, mesmo sem incentivos ao consumo.
Nuno Pereira acredita que os cogumelos, além de serem leves e nutritivos, podem ser facilmente incorporados nas refeições diárias dos portugueses. Ele afirma que “os cogumelos são ricos em fibras, vitaminas e minerais, reforçando o sistema imunitário e podendo até substituir a carne em várias receitas”.
A Cuga também está a considerar diversificar a sua oferta de produtos, mas sempre mantendo o foco na sua especialização. Embora a empresa ainda não tenha alcançado lucros, Pereira garante que não há prejuízos operacionais desde a entrada dos novos acionistas. A Cuga tem vindo a reforçar a disciplina financeira e a eficiência operacional, com o objetivo de consolidar a sua liderança no mercado.
A transformação da Cuga é um exemplo de como a entrada de um fundo de private equity pode revitalizar uma empresa em dificuldades. Desde a mudança de gestão, a empresa modernizou processos e infraestruturas, colocando as pessoas no centro da estratégia. Pereira enfatiza que uma cultura empresarial forte é essencial para o sucesso, especialmente num setor agrícola que lida com variáveis biológicas e climáticas.
Num contexto global mais fragmentado, a Cuga enfrenta desafios como barreiras comerciais e custos logísticos elevados. No entanto, Pereira vê uma oportunidade na multipolaridade, que pode levar a cadeias de abastecimento mais resilientes e maior autonomia regional.
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Fonte: Sapo





