A Comissão de Trabalhadores da SATA Air Açores, juntamente com os sindicatos representativos da empresa, expressou hoje preocupações sobre os riscos associados à privatização do serviço de ‘handling’. Em comunicado, os representantes dos trabalhadores sublinham a importância de manter este serviço sob a alçada da companhia aérea, considerando que tal decisão pode ser prejudicial tanto para a empresa como para a região.
A posição dos trabalhadores surge após uma reunião urgente e é apoiada pelos sindicatos SNPVAC, SINTAC, SITAVA, SPAC e SITEMA, bem como pelo vogal representante dos trabalhadores no conselho de administração. Os representantes afirmam que a SATA Air Açores sempre se destacou pelo rigor no controlo das suas operações, especialmente através da prática do ‘self-handling’.
Os trabalhadores argumentam que a manutenção do ‘handling’ interno é crucial para garantir um controlo operacional direto, maior flexibilidade e uma redução de custos a longo prazo. Além disso, lamentam que o Governo Regional não tenha compreendido as implicações a longo prazo desta decisão, enfatizando a necessidade de preservar o ‘self-handling’ como um pilar estratégico da operação da SATA Air Açores.
Recentemente, o vice-presidente do executivo regional, Artur Lima, anunciou que foi aprovada uma resolução para a separação da unidade económica responsável pelos serviços de assistência em escala, que será integrada na SATA Holding, S.A. Esta mudança visa preparar a privatização do serviço de ‘handling’, mas os trabalhadores consideram que esta abordagem pode ser arriscada.
No comunicado, os sindicatos refutam a ideia de que o serviço de ‘handling’ da SATA Air Açores seja deficitário. Alertam que entregar uma área essencial da empresa a um privado poderá comprometer as receitas necessárias para a operação da companhia e da região. Além disso, destacam a escassez de pessoal de manutenção e a degradação das infraestruturas aeroportuárias como desafios que a empresa enfrenta.
Os trabalhadores também levantam questões sobre um novo empréstimo de 110 milhões de euros concedido à empresa, que foi aprovado com o apoio da União Europeia e do Governo Regional. Questionam os motivos que levaram ao falhanço do primeiro resgate e quem assumirá a responsabilidade caso a venda da Azores Airlines não se concretize.
Por fim, os trabalhadores alertam que este empréstimo, que será usado em parte para questões de tesouraria, poderá representar uma carga significativa para os contribuintes da região, especialmente se o processo de privatização não for bem-sucedido. Exigem, portanto, que as decisões sejam tomadas de forma transparente e responsável, com base numa análise cuidadosa das reais necessidades da SATA Air Açores e da região.
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Fonte: Sapo