A empresa tecnológica Decsis, com sede em Évora, avançou com um pedido de insolvência que aguarda decisão judicial. Este pedido surge na sequência de “problemas graves de tesouraria” relacionados com a “Operação Nexus”, da Polícia Judiciária (PJ), conforme revelou a administração da empresa.
Em resposta a questões da agência Lusa, a administração da Decsis – Sistemas de Informação explicou que a operação policial, realizada em julho, teve um impacto imediato na empresa, embora esta não estivesse diretamente visada na investigação. A “Operação Nexus” elevou o risco de crédito da Decsis para o nível máximo, levando os bancos a cortarem todas as linhas de crédito disponíveis. Esta situação criou “problemas graves de tesouraria” para a empresa.
Além disso, as empresas associadas ao “Grupo Decsis” também sofreram danos reputacionais significativos, resultantes da exposição mediática. Esta situação tem dificultado a capacidade da empresa em gerar fluxos operacionais de tesouraria sustentáveis no futuro. A administração sublinhou que, face a estes desafios, se viu legalmente obrigada a solicitar a insolvência da empresa.
A “Operação Nexus”, que ocorreu a 8 de julho, investiga alegados crimes de corrupção e fraude na aquisição de sistemas informáticos por instituições de ensino público, financiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Durante a operação, a PJ deteve seis pessoas, incluindo um administrador e três funcionários de uma empresa tecnológica, além de um funcionário de uma empresa concessionária e um funcionário público.
Recentemente, o jornal Eco noticiou que uma das empresas implicadas na operação é a Decunify, que se apresenta como parte do “Grupo Decsis” e que foi declarada insolvente no final de agosto. Em resposta à Lusa, a Decsis – Sistemas de Informação destacou que o seu pedido de insolvência, apresentado no Tribunal de Évora a 5 de agosto, visa restaurar a confiança e as linhas de crédito que estavam previamente aprovadas.
Apesar do pedido de insolvência, a empresa afirma que continua a operar, incluindo o seu Centro de Dados em Évora, que presta serviços essenciais a vários clientes dos setores público e privado. A administração garantiu que todos os serviços da Decsis estão a ser mantidos, incluindo aqueles contratados por câmaras municipais e outras entidades.
No entanto, a empresa enfrenta dificuldades devido à falta de pagamento de salários. A administração reconheceu que todos os trabalhadores, cerca de 200, estão com os ordenados de julho e agosto em atraso, mas expressou esperança de que esta situação possa ser resolvida em breve.
A Decsis, que apresenta um volume de faturação próximo de 15 milhões de euros em Portugal, conta com cerca de 100 trabalhadores efetivos e outros tantos em regime de contrato. A situação de insolvência e a falta de pagamento de salários têm gerado grande preocupação entre os colaboradores.
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Fonte: Sapo