Catarina Martins, eurodeputada e ex-coordenadora do Bloco de Esquerda, anunciou hoje a sua candidatura às eleições presidenciais de janeiro de 2024. A sua proposta centra-se na ideia de “cuidar da democracia” e de “juntar forças” para enfrentar os desafios atuais.
Na declaração enviada à Lusa, Martins sublinhou a importância do cuidado em várias dimensões da vida social, afirmando que “quero cuidar da democracia, cuidar dos bens comuns, cuidar da paz, da igualdade e da liberdade”. A candidata pretende devolver a confiança nas instituições democráticas, destacando a solidariedade que emergiu em momentos de crise, como o apagão que afetou a Península Ibérica em abril.
Martins recordou como, durante essa situação, as comunidades se uniram para ajudar os mais necessitados, com lojas de bairro a venderem fiado e vizinhos a prestarem apoio mútuo. “Neste verão, as pessoas uniram-se para enfrentar os incêndios e salvar as suas aldeias”, afirmou, enfatizando que a solidariedade é uma força fundamental em Portugal.
A ex-coordenadora do Bloco de Esquerda alertou para a crescente polarização política, onde “a voz da selvajaria está no centro da decisão política”. Para Martins, é crucial não normalizar a degradação dos direitos democráticos, que considera essenciais para combater o autoritarismo.
A sua candidatura presidencial propõe um foco no debate político sobre a dignidade do trabalho, o direito à habitação, o acesso à saúde e à educação, e a luta contra desigualdades e discriminações. “É urgente popularizar a democracia e enfrentar os poderes que se movem na sombra”, defendeu.
Martins também sublinhou a necessidade de uma nova abordagem económica, que inclua a transição climática e um modelo de desenvolvimento coeso. “Portugal pode ser uma voz determinante no mundo pelo direito internacional e o multilateralismo”, concluiu.
A candidatura de Catarina Martins é, segundo a própria, inspirada na força solidária do povo português e na vontade de construir um futuro mais justo e igualitário. “Apresento a minha candidatura com estas urgências”, afirmou, destacando a combatividade que a caracteriza.
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Fonte: Sapo
