O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, expressou a sua preocupação com a “falta de ação” dos líderes ocidentais após a Polónia ter intercetado drones russos que invadiram o seu espaço aéreo. Durante o seu discurso diário, Zelensky afirmou que, apesar de muitas declarações, ainda não houve uma resposta firme por parte do Ocidente. “A Rússia não recebeu uma resposta que se traduzisse em medidas concretas”, sublinhou.
O líder ucraniano descreveu a invasão dos drones russos como uma “manobra calculada” que visa testar os limites da NATO e a resposta dos países aliados. Zelensky revelou que manteve conversações telefónicas com os primeiros-ministros da Polónia, Donald Tusk, e do Reino Unido, Keir Starmer, bem como com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e o secretário-geral da NATO, Mark Rutte. Durante estas conversas, o presidente ucraniano propôs partilhar a experiência da Ucrânia no combate a drones.
A Polónia reportou 19 violações do seu espaço aéreo durante a noite e confirmou que abateu pelo menos três drones russos, considerando esta ação como deliberada. Em resposta, o Ministério da Defesa da Rússia negou qualquer ataque à Polónia e acusou Varsóvia de “espalhar mitos” para intensificar a guerra na Ucrânia.
Desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022, o conflito já resultou em dezenas de milhares de mortos de ambos os lados. Nos últimos meses, a Rússia intensificou os seus ataques aéreos a cidades e infraestruturas ucranianas, enquanto as forças de Kiev têm realizado ofensivas com drones, visando alvos militares em território russo e na península da Crimeia, que foi anexada ilegalmente por Moscovo em 2014.
No que diz respeito ao plano diplomático, a Rússia tem rejeitado propostas de cessar-fogo prolongado, exigindo que a Ucrânia ceda quatro regiões – Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia – além da Crimeia. Estas condições são consideradas inaceitáveis pela Ucrânia, que, juntamente com os seus aliados europeus, exige um cessar-fogo incondicional de 30 dias antes de iniciar qualquer negociação de paz com Moscovo.
A situação continua a ser tensa, e a falta de ação do Ocidente em relação aos drones russos levanta questões sobre a eficácia da resposta internacional. Leia também: A evolução do conflito na Ucrânia e suas implicações globais.
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Fonte: Sapo
