O secretário-geral do Partido Socialista (PS), José Luís Carneiro, defendeu que o Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) deve ser apresentado na data prevista, sublinhando que “a pressa é má conselheira”. Esta afirmação foi feita durante a sessão de apresentação da recandidatura de Hugo Martins à Câmara de Odivelas, no distrito de Lisboa.
Questionado sobre o pedido do líder do Chega, André Ventura, para uma reunião com o primeiro-ministro sobre o OE2026 e a antecipação da entrega do documento no parlamento, Carneiro enfatizou que o essencial é que a proposta seja de qualidade. “O mais importante é que, quando for apresentado, seja um bom Orçamento, não que seja apresentado muito depressa”, afirmou, reiterando que a entrega do OE2026 deve ocorrer a 10 de outubro, conforme previsto.
Carneiro mostrou-se disponível para dialogar com o Governo, mas lembrou que a responsabilidade pela apresentação do OE2026 cabe ao Executivo. “É evidente que a apresentação da proposta do Orçamento do Estado compete ao Governo. Depois, há uma votação na generalidade, um trabalho na especialidade e uma votação final global. Portanto, há muito tempo ainda para esse diálogo”, disse.
O líder do PS também destacou que existem três exigências fundamentais que o partido tem em relação ao OE2026. Primeiro, o orçamento não pode apoiar políticas que fragilizem as relações laborais. Em segundo lugar, não deve contribuir para o enfraquecimento do Serviço Nacional de Saúde ou para a sua privatização. Por último, Carneiro afirmou que o OE2026 não deve iniciar processos de privatização da Segurança Social. “Essas são matérias que preocupam todos os portugueses e são as exigências feitas ao Governo”, sublinhou.
Sobre a importância do conteúdo em vez da ordem de chegada às reuniões, Carneiro desvalorizou quem chega em primeiro ou segundo lugar. “O importante é o conteúdo daquilo que se propõe em cada momento”, afirmou.
André Ventura, por sua vez, anunciou que irá solicitar uma reunião ao primeiro-ministro para discutir as “linhas mestras” do OE2026. O líder do Chega pretende garantir que a aprovação do orçamento decorra sem sobressaltos e sem crises políticas. “Entendi propor hoje ao senhor primeiro-ministro a realização de uma reunião onde possamos estabelecer as linhas fundamentais que devem orientar o programa orçamental para o próximo ano”, declarou.
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Fonte: ECO