A Cateringpor, empresa de catering aérea participada em 51% pela TAP e 49% pela Gate Gourmet Switzerland GmbH, anunciou o início de um processo de despedimento coletivo que afetará 30 trabalhadores. Esta medida surge no contexto de um “ajustamento estrutural” necessário devido a constrangimentos económicos que a empresa enfrenta.
Uma fonte oficial da Cateringpor, em declarações à Lusa, afirmou que “esta é uma decisão difícil, tomada num contexto exigente, mas com a firme convicção de que é absolutamente necessária para garantir a sustentabilidade futura da Cateringpor”. A empresa, que presta serviços a várias companhias aéreas, tem visto a sua situação financeira deteriorar-se, em parte devido à perda de clientes importantes como a Emirates, American Airlines, Etihad Airways e Air Canadá.
Em janeiro de 2025, a TAP decidiu integrar no seu perímetro direto as participações que a TAP SGPS detinha na Cateringpor, no âmbito de um plano de reestruturação que foi aprovado pela Comissão Europeia. Este plano, que permitiu uma injeção de ajudas públicas durante a pandemia no valor de cerca de 3,2 mil milhões de euros, impõe à transportadora a necessidade de se concentrar na sua atividade principal de transporte aéreo e de alienar participações em áreas consideradas não essenciais, como o catering e o handling. A venda da Cateringpor deverá ser concretizada até ao final deste ano, uma condição imposta por Bruxelas para a reprivatização da TAP.
O processo de despedimento coletivo será realizado ao longo das próximas semanas, com a empresa a garantir que será conduzido “em rigoroso cumprimento das disposições legais aplicáveis e de forma transparente, em diálogo permanente com os trabalhadores e seus representantes”.
Os dados financeiros mais recentes da Cateringpor, relativos a 2023, indicam que a empresa tinha em média 1.280 trabalhadores, um aumento de 25% em relação ao ano anterior. Além disso, a Cateringpor registou um resultado líquido de 2,5 milhões de euros, o que representa um crescimento de 5,2% face a 2022. Esta situação financeira, embora positiva, não foi suficiente para evitar o despedimento coletivo, que reflete as dificuldades que a empresa enfrenta no atual contexto económico.
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Fonte: Sapo