O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, apelou esta sexta-feira à prudência na análise das causas do trágico acidente do Elevador da Glória, que resultou na morte de 16 pessoas. Moedas sublinhou a importância de não se tirarem conclusões precipitadas, uma vez que uma investigação externa já está em curso.
“É verdade que houve uma mudança de cabo há seis anos, e isso terá de ser investigado para compreendermos o que realmente aconteceu”, afirmou o autarca, após a cerimónia de comemoração dos 134 anos da Polícia Municipal de Lisboa. A investigação, que foi iniciada por Moedas logo após o acidente, visa esclarecer as circunstâncias que levaram ao descarrilamento do elevador.
Segundo informações divulgadas pelo semanário Expresso, a escolha de um cabo com “núcleo de corda de plástico” poderá estar na origem do acidente. Especialistas do Instituto Superior Técnico (IST) apontam que o uso de um cabo com núcleo em fibra pode ter comprometido a segurança do sistema. Além disso, o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) revelou que o cabo que ligava as duas cabinas do elevador cedeu no ponto de fixação da carruagem que descarrilou.
A nota informativa do GPIAAF, divulgada no passado sábado, indicou que, após uma análise aos destroços, foi constatado que o cabo cedeu no trambolho superior da cabina que iniciou a viagem no cimo da Calçada da Glória. Os restantes componentes do sistema, como o volante de inversão e as polias, estavam em boas condições, sem anomalias visíveis.
Carlos Moedas destacou que, nos últimos dias, a sua prioridade tem sido tomar decisões para garantir alternativas de transporte aos lisboetas, uma vez que o Elevador da Glória está fora de serviço. “Estamos a trabalhar em coordenação com a Carris e com especialistas para avaliar o sistema tecnológico e garantir a segurança dos futuros transportes”, afirmou.
O autarca também fez questão de esclarecer que a atual administração da Carris não é responsável pela decisão de mudança do cabo, que ocorreu há seis anos. “É fundamental que a investigação prossiga sem pressões e que as respostas sejam dadas com clareza”, reiterou.
O plano de manutenção do Elevador da Glória estava em dia, e uma inspeção visual programada realizada na manhã do acidente não detetou qualquer anomalia. O descarrilamento, que ocorreu no dia 3 de setembro, resultou em 16 mortos e várias dezenas de feridos, abrangendo tanto cidadãos portugueses como estrangeiros. A investigação continua a ser uma prioridade para a Câmara Municipal, que promete transparência e acompanhamento rigoroso do processo.
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Elevador da Glória Elevador da Glória Nota: análise relacionada com Elevador da Glória.
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Fonte: ECO