Portugal é um dos oito países da União Europeia (UE) que criaram uma aliança para defender a qualidade do arroz produzido na Europa. Esta iniciativa, denominada EURice, foi formalizada na passada sexta-feira em Vercelli, Itália, durante o Festival Internacional do Arroz. O evento também acolheu uma conferência sobre “O futuro do setor do arroz da UE: uma estratégia comum”, onde participou o ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, juntamente com representantes de Itália, Espanha, Grécia, França, Roménia, Bulgária e Hungria.
A criação do EURice surge em resposta aos desafios que o setor do arroz enfrenta, especialmente no que diz respeito à concorrência desleal com países terceiros. O comunicado final da aliança destaca a necessidade de um grupo de coordenação permanente que se reúna regularmente para abordar questões relevantes para o setor. Os países envolvidos concordam que é fundamental implementar medidas que equilibrem as importações e exportações de arroz, uma vez que as importações da UE provenientes de países como a Índia e o Paquistão estão a aumentar significativamente.
Os membros da aliança sublinham que as importações de arroz da UE podem atingir 1,5 milhões de toneladas, enquanto as exportações europeias para países terceiros estão estimadas em menos de 240 mil toneladas. Para os países produtores de arroz, é essencial promover o arroz europeu como um produto de alta qualidade, cultivado de forma sustentável e ética. O ministro José Manuel Fernandes enfatizou que o arroz europeu é um produto premium, apelando a campanhas de informação que incentivem os consumidores a escolherem o arroz da UE em detrimento das alternativas asiáticas.
Além disso, a aliança defende a necessidade de mais investimento em pesquisa e inovação para melhorar a produção de arroz. A Política Agrícola Comum (PAC) pós-2027 deve ser dotada de recursos financeiros adequados para garantir a competitividade do setor. José Manuel Fernandes destacou que, per capita, Portugal é o país da UE que mais arroz consome, o que reforça a importância de garantir condições de concorrência leal.
O ministro também abordou a questão da utilização de produtos fitofarmacêuticos, defendendo que não é justo que os agricultores europeus sigam normas rigorosas enquanto os produtos importados possam não respeitar os mesmos padrões. Ele propôs a implementação de cláusulas de salvaguarda automáticas para assegurar que as importações respeitem as normas da UE.
A expectativa é que esta nova aliança ajude a Comissão Europeia a avançar com as medidas necessárias para proteger o arroz europeu. José Manuel Fernandes mencionou a iniciativa de Portugal em promover a utilização de drones na aplicação de produtos fitofarmacêuticos, que já conta com o apoio de vários países e que poderá resultar em alterações legislativas até ao final do ano.
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arroz europeu arroz europeu Nota: análise relacionada com arroz europeu.
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Fonte: ECO
