Portugal pode atrair gigafábricas de inteligência artificial

António Dias Martins, ex-diretor da Startup Portugal, expressou otimismo sobre a capacidade de Portugal em atrair uma das cinco gigafábricas de inteligência artificial (IA) que Bruxelas planeia financiar com mais de 20 mil milhões de euros. “Por que não?”, questiona Martins, que elogia o Banco Português de Fomento pelo empenho na candidatura. “Estou com uma expectativa grande em relação ao seu desfecho”, acrescenta.

A Comissão Europeia recebeu mais de 70 manifestações de interesse para este projeto. A expectativa é que uma nova Agenda Nacional para a IA traga apoio e oportunidades significativas para as startups portuguesas. Martins sublinha que a inteligência artificial já não é uma mera área de atividade, mas sim uma componente essencial para todas as empresas tecnológicas. “Os investidores de capital de risco já não consideram investir em empresas que não integrem a IA nos seus modelos de negócios”, afirma.

A transição para um futuro em que a IA esteja presente em todos os processos de negócio é um desafio que poderá trazer novas oportunidades e simplificações. Martins acredita que a adoção da IA permitirá a obsolescência de algumas atividades de menor valor acrescentado, ao mesmo tempo que criará espaço para novas ideias e empresas. “O que se espera é que esta transição ajude a criar novas oportunidades para os empresários e fundadores portugueses”, conclui.

No entanto, a utilização da IA em processos críticos, como saúde e justiça, ainda enfrenta resistência devido ao risco de erro. É essencial que a tecnologia evolua para ser mais confiável e amplamente adotada nessas áreas. Martins questiona a capacidade financeira de Portugal para suportar este projeto, dado que o financiamento privado ainda enfrenta desafios de escala. “Estas estruturas, como o Banco Português de Fomento, são fundamentais para angariar fundos e reunir recursos para projetos estratégicos”, explica.

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A Europa também reconhece a necessidade de atrair mais capital privado para o ecossistema de startups. Martins defende que os grandes fundos de pensões devem ter incentivos fiscais para investir em startups, um setor considerado de maior risco. “É um ponto crítico que deve ser resolvido, não só em Portugal, mas em toda a Europa”, afirma.

A Startup Portugal tem trabalhado para promover uma maior diversificação dos investimentos em venture capital, com o objetivo de aumentar a alocação de ativos dos fundos de pensões para este tipo de investimentos. “O que se pede é uma alocação de 2 a 5% do portefólio em venture capital, o que faria uma diferença significativa”, sublinha Martins.

A “evangelização” junto dos gestores de fundos é crucial para que compreendam a importância de diversificar os seus investimentos. Martins acredita que, com o apoio do Governo e um diálogo aberto, é possível promover uma mudança positiva no ecossistema. “Se conseguirmos sentar com os gestores de fundos e ouvir as suas dificuldades, podemos fazer um trabalho que trará impacto”, conclui.

Após quatro anos à frente da Startup Portugal, Martins revela que pretende dedicar-se a projetos de investimento pessoais, mantendo-se ligado ao ecossistema de empreendedorismo. “Quero continuar a contribuir para que esta dinâmica continue imparável”, afirma.

Leia também: O papel das startups na inovação em Portugal.

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Fonte: ECO

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