Boris Johnson, ex-primeiro-ministro britânico, está no centro de uma polémica que envolve viagens, pagamentos e influência. Enquanto desfrutava de férias na República Dominicana, Johnson decidiu fazer uma viagem a Los Roques, um arquipélago na Venezuela, onde se encontrou com o presidente Nicolás Maduro. Esta visita, que ocorreu em fevereiro de 2024, levanta questões sobre a sua conduta enquanto líder.
Recentemente, o jornal britânico “The Guardian” revelou que Johnson terá recebido 240 mil libras (cerca de 277 mil euros) pela sua presença nesta reunião. O pagamento, realizado três semanas após o encontro, terá sido feito por um fundo de investimento gerido por Maarten Petermann. Quando questionado pelo governo britânico, Johnson negou ter recebido qualquer pagamento relacionado com a sua visita à Venezuela, afirmando não ter qualquer relação contratual com o fundo de capital de risco.
Uma fonte próxima de Johnson afirmou que, agora que ele é um cidadão comum, não se comentam essas questões, garantindo que não houve custos para o contribuinte britânico ou para o governo venezuelano. No entanto, a investigação do “The Guardian” revelou uma série de documentos, incluindo emails e faturas, que indicam atividades suspeitas de Johnson durante o seu mandato, que terminou em 2022.
Em 2022, Johnson demitiu-se do cargo de líder conservador e de primeiro-ministro após uma série de escândalos éticos que levaram à saída em massa de membros do governo. Durante a sua despedida na Câmara dos Comuns, afirmou ter contribuído significativamente para o país, especialmente durante a pandemia. Contudo, a sua reputação tem sido manchada por alegações de que utilizou a sua posição para beneficiar interesses pessoais.
Outro caso que levanta suspeitas refere-se à sua tentativa de estabelecer contactos com a monarquia da Arábia Saudita, visando que o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman contratasse uma consultora próxima de Johnson. Além disso, a investigação aponta que Johnson poderá ter feito uso indevido de subsídios públicos destinados a despesas de representação, que totalizam 115 mil libras (aproximadamente 133 mil euros). Este subsídio não deve ser utilizado para financiar negócios privados.
O “The Guardian” questiona como é que Johnson pode garantir que os 182 mil libras (cerca de 210 mil euros) provenientes do subsídio não foram utilizadas para ganhos pessoais, uma vez que o seu gabinete empregava três funcionários a tempo integral, todos envolvidos em assuntos comerciais. A situação levanta sérias preocupações sobre a ética e a transparência na política britânica.
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Boris Johnson Boris Johnson Boris Johnson Boris Johnson Nota: análise relacionada com Boris Johnson.
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Fonte: Sapo





