André Ventura, presidente do Chega, manifestou a sua disponibilidade para uma nova candidatura às eleições presidenciais de 2024, embora não considere essa a solução ideal. Durante o discurso de abertura do Conselho Nacional do partido, realizado em Lisboa, Ventura afirmou que o seu principal objetivo é apoiar um candidato que consiga chegar à segunda volta das eleições. “Se quiserem, e entenderem que devo ir, aqui estarei. Se entenderem que não devo ir, aqui estarei. Se entenderem que outro ou outra deve ir, aqui estarei também, como aquele que melhor vos representa”, disse Ventura.
O líder do Chega sublinhou que a sua candidatura não seria “o ideal”, considerando que seria um “mau sinal para o país” que o líder da oposição se apresentasse como candidato a Presidente da República. Ventura justificou a sua posição, afirmando que o país lhe confiou a responsabilidade de liderar uma transformação política, com o objetivo de tornar Portugal um país mais decente, livre de corrupção e firme na segurança e defesa das fronteiras.
Ventura defendeu que o Chega deve ter um candidato próprio, mesmo que opte por apoiar outra figura, mas rejeitou a ideia de “entrar em aventuras loucas” com candidaturas que possam resultar em desastres. “Não devemos dar aos portugueses candidaturas vazias, sem significado ou sem impacto”, acrescentou, enfatizando a importância de escolher alguém que seja conhecido pelos eleitores.
O líder do Chega reiterou que o objetivo do partido é garantir a presença na segunda volta das eleições presidenciais. No seu discurso, também aproveitou para criticar alguns dos candidatos já anunciados, como Henrique Gouveia e Melo, Luís Marques Mendes e António José Seguro. Ventura mencionou que considerou apoiar Gouveia e Melo, mas acabou por recuar, afirmando que o Chega não pode apoiar um candidato que promete mudar o sistema, mas que se associa a figuras controversas.
Além disso, Ventura rejeitou apoiar antigos líderes do PSD e do PS, afirmando que deixaria a liderança do Chega se o partido decidisse subscrever a candidatura de Luís Marques Mendes ou de António José Seguro. O atual Presidente da República também não escapou às críticas, sendo apelidado por Ventura de “um desastre para a democracia”, com o deputado a afirmar que não deseja “outro Marcelo Rebelo de Sousa”.
Este Conselho Nacional foi convocado para discutir a estratégia do Chega para as presidenciais, e Ventura anunciou que a decisão sobre a candidatura será revelada até segunda-feira. Antes das eleições legislativas de maio, Ventura já tinha manifestado a intenção de se candidatar a Presidente da República, mas distanciou-se dessa possibilidade após o reforço do partido, que se tornou a segunda maior força no parlamento. Em 2021, Ventura já tinha concorrido à presidência, obtendo 11,90% dos votos e ficando em terceiro lugar.
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André Ventura André Ventura André Ventura André Ventura Nota: análise relacionada com André Ventura.
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Fonte: Sapo