Otimismo moderado nas fusões e aquisições em Portugal

Os profissionais envolvidos em fusões e aquisições estão a manifestar uma postura cautelosa em relação ao futuro próximo. Embora exista uma expectativa de aumento da atividade, este crescimento é visto de forma contida, devido à volatilidade do mercado, à incerteza sobre a evolução das taxas de juro e aos impactos da guerra comercial.

De acordo com o relatório European M&A Outlook 2026 da CMS, metade dos 250 negociadores e executivos de empresas e private equity inquiridos acredita que o nível de atividade de fusões e aquisições na Europa aumentará nos próximos 12 meses. No entanto, este otimismo é uma diminuição significativa em relação ao ano passado, onde 65% dos inquiridos eram mais otimistas. A realidade do mercado, até agora, tem sido mais adversa, com uma queda de 15% no número de negócios realizados no primeiro semestre de 2023, em comparação com o mesmo período de 2022. Apesar disso, o valor total das transações subiu 5%, atingindo 474 mil milhões de euros.

Em Portugal, o cenário é ainda mais desafiador. Nos primeiros oito meses de 2023, o número de negócios caiu 11% em relação ao ano anterior, enquanto o capital mobilizado sofreu uma queda acentuada de 39%. É importante notar que apenas 40% das transações foram divulgadas e que o grande negócio da década, a venda do Novobanco ao BPCE, não está contabilizado, sendo um caso excecional.

A expectativa é que, finalmente, haja uma recuperação. João Caldeira, sócio de Corporate M&A da CMS Portugal, afirma que “antecipamos que o mercado de M&A em Portugal siga a tendência do mercado europeu e a expectativa é moderadamente otimista”, embora reconheça a existência de desafios significativos.

O relatório European M&A Outlook 2026 identifica as principais barreiras à concretização de operações, destacando as dificuldades de financiamento, que tendem a agravar-se. Um terço dos inquiridos (34%) considera que a obtenção de financiamento empresarial será um grande obstáculo. Além disso, as discrepâncias nas avaliações entre compradores e vendedores e o risco de aumento de tarifas, que podem levar a guerras comerciais, são preocupações adicionais.

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“A instabilidade das tarifas é um fator novo, com efeitos perturbadores, e a forma como estas evoluírem impactará significativamente a atividade de M&A”, sublinha João Caldeira.

Apesar destes desafios, existem fatores que sustentam um otimismo moderado. Caldeira menciona a presença de empresas desvalorizadas, que podem representar boas oportunidades de investimento, além de oportunidades de reestruturação de empresas com desempenhos medíocres, que podem resultar na criação de valor e em aquisições para crescimento ou transformação qualitativa dos negócios.

Quais setores poderão beneficiar? O setor imobiliário continuará a ter um papel relevante, mas outros setores como o hoteleiro, energia, novas tecnologias, infraestruturas digitais, soluções de inteligência artificial e cibersegurança, bem como o setor da saúde, também têm potencial para um bom desempenho.

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fusões e aquisições fusões e aquisições Nota: análise relacionada com fusões e aquisições.

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Fonte: Sapo

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