Gestores intermédios: chave para a retenção de talento

Nos últimos anos, a retenção de talento tem sido um tema amplamente discutido no mercado laboral. No entanto, pouco se tem falado sobre o papel crucial dos gestores intermédios nesse processo. Um inquérito recente, realizado a nível global, revela que estes profissionais estão a viver uma verdadeira crise, que não só afeta o seu próprio futuro, mas também a capacidade das empresas de prosperar.

Os dados são alarmantes: três em cada quatro gestores intermédios enfrentam burnout, tornando-se o grupo mais sobrecarregado e desgastado nas organizações. Esta exaustão não é um problema isolado; pode afetar equipas inteiras, minando a motivação coletiva e criando um ciclo vicioso de desengajamento. Num contexto onde os gestores têm um impacto direto na experiência dos colaboradores, ignorar esta situação pode comprometer a sustentabilidade do negócio e a retenção de talento.

Outro aspecto a considerar é a forma como estes profissionais gerem o seu tempo. O inquérito indica que apenas 41% das horas de trabalho são dedicadas à gestão de pessoas. O restante é consumido por tarefas administrativas e burocráticas que poderiam ser automatizadas ou delegadas. O resultado é claro: menos tempo para desenvolver talento, menos espaço para construir uma cultura organizacional sólida e menos energia para liderar equipas com propósito. É contraditório promover alguém a gestor e, em seguida, impedir que exerça a sua principal função: gerir.

Além disso, mais de um quarto dos gestores intermédios já está a considerar a sua saída da empresa. Este dado deve soar como um alerta para qualquer organização. A perda de um gestor intermédio não significa apenas um lugar vago; implica custos elevados de substituição, perda de conhecimento acumulado e descontinuidade nas relações com as equipas. Num mercado onde a retenção de talento é cada vez mais difícil, a incapacidade de manter quem já demonstrou competência e potencial é um luxo que as empresas não podem permitir-se.

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Por fim, o inquérito revela que quase metade dos gestores se sente desconectada do seu trabalho. Muitos perderam a inspiração, enquanto outros não se identificam com a cultura da empresa. Este desligamento é um risco significativo, pois quando aqueles que devem inspirar e motivar já não encontram sentido no que fazem, a desmotivação alastra-se inevitavelmente a toda a equipa.

É urgente repensar a forma como as organizações abordam a gestão intermédia. Mais do que reconhecer os problemas, é necessário agir. Isso inclui reduzir a carga administrativa, oferecer apoio real, criar planos de desenvolvimento claros e devolver aos gestores o tempo e a confiança necessários para liderarem eficazmente.

O futuro do trabalho passa, sem dúvida, por fortalecer este elo vital. Investir na retenção de talento através dos gestores intermédios não é um custo, mas sim a chave para construir organizações mais fortes, mais humanas e capazes de atrair e reter o melhor talento num mercado cada vez mais competitivo.

Leia também: A importância da cultura organizacional na retenção de talento.

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Fonte: ECO

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