A recente cimeira árabe-islâmica, que reuniu líderes de diversos países, trouxe à tona críticas severas às ações de Israel e à conivência dos Estados Unidos. O secretário de Estado norte-americano, Mark Rubio, visitou Israel logo após um ataque israelita ao Qatar, o que foi considerado uma “decisão errada” pelo diretor do Conselho para o Entendimento Árabe-Britânico, Chris Doyle. Este afirmou que a visita deveria ter sido uma demonstração de solidariedade com o Qatar, em vez de reforçar o apoio a Israel.
Doyle sublinhou que a administração Trump está a enviar sinais confusos, apoiando negociações de cessar-fogo em Gaza, mas não tomando medidas concretas após os ataques israelitas. A incoerência da política norte-americana está a gerar desconfiança entre os países da região, que começam a considerar alternativas de segurança fora da influência dos EUA.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tentou minimizar a situação, afirmando que a decisão de atacar os líderes do Hamas no Qatar foi uma escolha independente de Israel. Contudo, a cimeira árabe-islâmica expressou um forte apoio ao Qatar, considerando o ataque israelita como “flagrante, traiçoeiro e cobarde”. Os líderes presentes enfatizaram a necessidade de uma resposta unificada e de medidas concretas que sinalizem a Israel que a violação do direito internacional não será tolerada.
Os discursos na cimeira deixaram claro que, embora os países desejem evitar um confronto militar, estão determinados a aumentar a integração da resposta à escalada de Israel. A normalização das relações com Israel, prevista nos Acordos de Abraão, está agora em questão. A declaração final da cimeira descreveu o ataque como uma “brutal agressão” que mina as perspectivas de paz na região.
Além disso, o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) condenou veementemente o ataque israelita e anunciou a avaliação de uma postura de defesa conjunta. A segurança dos Estados do CCG foi reafirmada como indivisível, indicando que qualquer ataque a um membro será considerado um ataque a todos.
A cimeira também abordou a necessidade de um papel mais construtivo do Qatar na mediação de um cessar-fogo e no alívio do sofrimento do povo palestiniano. A pressão sobre os EUA para que reconsiderem a sua abordagem à região está a aumentar, especialmente após a crítica de Tom Barrack, enviado dos EUA à Turquia e à Síria, que denunciou a interferência excessiva do Ocidente.
Por fim, a oposição em Israel, liderada por Yair Lapid, criticou Netanyahu por criar um “isolamento” do país, atribuindo-o a políticas falhadas. A situação continua a ser tensa, com as repercussões do ataque israelita ao Qatar a ecoarem em toda a região.
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Fonte: Sapo