As famílias europeias estão cada vez mais preocupadas com o aumento dos custos da eletricidade, especialmente com a chegada do inverno. Um estudo realizado pela empresa Otovo, que inquiriu mais de 3.800 pessoas em dez países, revela que 60% dos agregados familiares temem o impacto das contas da luz nesta época do ano. Em Portugal, a situação é ainda mais alarmante, com 89% dos inquiridos a expressarem preocupação, colocando o país entre os mais apreensivos do continente.
José Trovão, responsável pela área de energia no ComparaJá, destaca que “os dados mostram que a energia solar não é apenas uma questão ambiental, mas sobretudo uma resposta económica às crescentes incertezas no setor elétrico”. A análise indica que a adoção de energia solar pode aumentar a resiliência das famílias face a novos aumentos. Entre os consumidores que não têm painéis solares, apenas 38% se sentem preparados para enfrentar a escalada de preços. Em contrapartida, 51% dos utilizadores de sistemas solares afirmam estar confiantes.
Em Portugal, essa diferença é ainda mais acentuada: 53% dos utilizadores de energia solar sentem-se preparados, enquanto apenas 43% dos restantes consumidores partilham dessa confiança. Diante da expectativa de um inverno com preços elevados, as famílias estão a considerar várias estratégias para mitigar os custos.
Os não utilizadores de energia solar estão a privilegiar investimentos estruturais, como a instalação de painéis solares (68%), a aquisição de baterias (52%) e a adesão a programas de apoio (39%). Por outro lado, os utilizadores de energia solar concentram-se em reforçar a sua autonomia, com 50% a ponderar adicionar baterias e 49% a investir em equipamentos mais eficientes.
O estudo também revela que quase 80% dos inquiridos acreditam que a combinação de painéis solares com baterias assegura uma maior independência energética. Esta percentagem ultrapassa os 90% em países como a Alemanha, Áustria e Portugal. No entanto, mais de metade (54%) dos inquiridos ainda tem dúvidas sobre a eficácia da energia solar durante o inverno.
Embora a consciência ambiental tenha ganho relevância, o fator económico continua a ser o principal motor para o investimento em energia solar. As principais motivações incluem a busca por independência e autossuficiência energética, referida por 35% a 40% dos inquiridos, a redução de custos a longo prazo (25% a 30%) e a proteção contra futuros aumentos de preços (cerca de 10%). Os incentivos governamentais são mencionados por 8% a 10% dos participantes, enquanto a sustentabilidade ambiental surge apenas entre 5% a 7%. Em Portugal, o peso financeiro é ainda mais evidente, com apenas 6% dos inquiridos a apontarem razões ambientais como a principal motivação.
O inquérito também revela diferenças geracionais e regionais. Os jovens entre 18 e 34 anos são os mais otimistas, com 85% dispostos a agir, enquanto os maiores de 65 anos demonstram maior preocupação (93%) e menor confiança na energia solar (71%). Entre os países analisados, Itália e Portugal destacam-se pela preocupação com as contas de eletricidade, enquanto a Alemanha e a Áustria são reconhecidas pela forte crença na independência energética proporcionada pela energia solar.
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Fonte: Sapo