Neobancos não vão disruptar o setor bancário europeu a curto prazo

A agência de notação financeira DBRS, parte da Morningstar, publicou recentemente um comentário sobre a evolução dos neobancos na Europa. Segundo Borja Barragán, Vice-Presidente Assistente de Ratings das Instituições Financeiras Europeias da DBRS, é “improvável que os neobancos causem disrupção no setor bancário europeu a curto e médio prazo”. Esta afirmação surge num contexto em que os bancos tradicionais estão a modernizar as suas ofertas para atrair consumidores mais jovens e tecnologicamente mais informados, o que dilui a linha entre os dois tipos de instituições.

Atualmente, a maior parte dos clientes, especialmente aqueles com rendimentos mais elevados e mais idade, continua a confiar nas instituições bancárias tradicionais para as suas operações principais. Os neobancos, por sua vez, são frequentemente utilizados para contas secundárias, o que demonstra a preferência por soluções mais consolidadas.

Nos últimos cinco anos, os neobancos europeus têm mostrado um crescimento notável, com os seus balanços a quintuplicarem-se. A DBRS destaca que muitos destes bancos digitais estão a expandir-se para novas jurisdições e a diversificar a sua oferta de produtos, incluindo a concessão de crédito. Este crescimento tem sido impulsionado por investimentos contínuos, permitindo que os neobancos atraíssem novos clientes com taxas de remuneração de depósitos mais atrativas do que as oferecidas pelos bancos tradicionais.

Além disso, os neobancos beneficiaram de serem pioneiros no acesso à negociação de criptomoedas e na oferta de produtos de investimento com melhores condições. Em 2024, a amostra da DBRS registou um aumento médio anual de cerca de 20% na base de clientes dos neobancos, refletindo a sua crescente popularidade.

Contudo, a rápida expansão destes bancos digitais também levou a um aumento da supervisão regulatória, especialmente nas áreas de combate ao branqueamento de capitais, resultando em várias multas para algumas entidades. A amostra analisada pela DBRS inclui neobancos como bunq, Atom, OakNorth, Starling, N26, Klarna, Monzo, Revolut, Trade Republic e Wise.

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A DBRS também notou diferenças significativas nos modelos de negócio dos neobancos. Enquanto alguns, como o Revolut e o N26, se concentram em serviços bancários de retalho, outros, como o OakNorth, focam em empréstimos para pequenas e médias empresas. O Klarna, por exemplo, é conhecido pelo financiamento de curto prazo ao consumidor, enquanto o Trade Republic se especializa em serviços de corretagem.

Em suma, apesar do crescimento dos neobancos, a DBRS acredita que a disrupção no setor bancário europeu não é uma realidade iminente, uma vez que os bancos tradicionais continuam a adaptar-se e a modernizar-se para manter a confiança dos seus clientes. Leia também: “Os desafios dos neobancos na era digital”.

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Fonte: Sapo

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