A história tende a repetir-se, e a economia não é exceção. Observamos um padrão claro: períodos de prosperidade seguidos de crises, estabilidade que dá lugar à revolta, e desenvolvimento que, por vezes, resulta em estagnação. A sociedade parece ter ciclos inevitáveis que frequentemente esquecemos, mas que estão sempre presentes.
Os ciclos económicos são uma realidade que se manifesta sempre que acreditamos ter encontrado a fórmula para a estabilidade. A euforia da globalização trouxe consigo incertezas geopolíticas, enquanto a confiança nos mercados financeiros revelou-se, mais uma vez, frágil. Além disso, os avanços tecnológicos, que deveriam libertar-nos, levantam questões sobre o nosso lugar num futuro dominado pela inteligência artificial. A dependência da IA nas nossas rotinas e tarefas automatizadas pode levar a consequências que nem sempre agradam à sociedade ou às empresas.
Quando as desigualdades e injustiças se tornam insuportáveis, a sociedade procura respostas fora do sistema. Este movimento é crucial para a mudança, e é nesse contexto que o “elefante na sala” finalmente sai. Um exemplo claro desta dinâmica é a relação entre gastos e rendimentos, que continua a ser uma das principais fontes de litigância entre o fisco e os cidadãos ou empresas. Este não é um problema recente; já nos anos 80, a realidade tributária estava repleta de incongruências e contradições.
Quatro décadas depois, a relação entre os cidadãos e a Autoridade Tributária continua a refletir a forma como as interpretações legais são compreendidas. As dificuldades na comunicação e na aplicação das normas legais resultam em contenciosos que poderiam ser evitados. Apesar de sabermos que os ciclos económicos existem, raramente nos preparamos para eles. Muitas vezes, acreditamos que os tempos de bonança durarão para sempre e que a austeridade é uma surpresa, quando na verdade é uma consequência previsível.
Atualmente, estamos a viver mais um desses momentos de incerteza. O sistema económico apresenta sinais de fragilidade, e os equilíbrios sociais estão a ser postos à prova. Contudo, este também é um tempo de oportunidades. A verdadeira questão não é se os ciclos económicos continuarão a repetir-se, mas sim se estaremos preparados para aprender com o passado ou se iremos continuar a tropeçar nas mesmas armadilhas.
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Fonte: ECO
