O número de contas de serviços mínimos bancários (SMB) em Portugal atingiu um total de 258.029 no final do primeiro semestre de 2025, o que representa um crescimento de 5% em relação ao final de 2024 e de 10% face ao mesmo período do ano anterior. Estes dados foram divulgados pelo Banco de Portugal e indicam uma crescente adesão dos portugueses a esta solução bancária de baixo custo, que tem um custo máximo de 5,22 euros por ano, correspondente a 1% do Indexante de Apoios Sociais.
Nos primeiros seis meses de 2025, foram abertas 16.121 contas de SMB, um aumento de 428 contas em comparação com o mesmo período do ano anterior. Um dado relevante é que 70,1% das novas contas resultaram da conversão de contas de depósitos à ordem já existentes, enquanto 29,9% foram novas aberturas. Este aumento na conversão sugere que os clientes estão a reconhecer as vantagens económicas das contas de serviços mínimos bancários, optando por transformar contas já existentes em vez de abrir novas.
O relatório do Banco de Portugal também revela que, no final do primeiro semestre, 75,4% das contas de SMB eram tituladas por apenas um cliente. As contas com mais do que um titular representavam 24,6%, um ligeiro aumento em relação a 2024. Além disso, a maioria dos titulares mantém um relacionamento bancário limitado, com apenas 24,3% a terem depósitos a prazo e 15,5% a possuírem produtos de crédito na mesma instituição.
A demografia das novas contas de SMB mostra que mais de metade (51,2%) foram abertas por mulheres, mantendo-se uma ligeira predominância feminina. Por outro lado, o envelhecimento da base de clientes é notável, com 42,8% das novas contas a serem constituídas por pessoas com 65 anos ou mais, um aumento significativo em relação ao semestre anterior. Em contraste, a proporção de titulares com menos de 25 anos continua a ser baixa, representando apenas 2,7% do total.
No que diz respeito ao encerramento de contas, foram fechadas 4.139 contas de SMB durante o semestre, das quais 72,4% foram encerradas a pedido dos clientes. As instituições também encerraram 1.144 contas por iniciativa própria, principalmente devido à falta de movimentação nos últimos 24 meses. Este padrão levanta questões sobre a utilização real destas contas, uma vez que muitas podem não estar a ser aproveitadas pelos titulares.
A concentração das contas de serviços mínimos bancários continua elevada, com duas instituições a deterem 54,9% do total e cinco instituições a concentrarem 82,3% das contas. Este cenário sugere que os grandes bancos mantêm uma posição dominante neste segmento.
O crescimento das contas de serviços mínimos bancários reflete não só as pressões económicas que muitas famílias enfrentam, mas também uma maior consciencialização sobre as alternativas disponíveis no mercado. Com um custo acessível, estas contas tornam-se uma opção atrativa para quem procura serviços bancários essenciais sem os encargos das contas tradicionais. A tendência de crescimento sustentado, especialmente entre a população sénior, indica que este produto continuará a ganhar relevância no panorama bancário português.
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Fonte: ECO





