A recente aquisição de quatro aviões KC-390 pela Suécia promete trazer um impacto significativo para Portugal, com a geração de cerca de 45 milhões de euros. O ministro da Defesa português, Nuno Melo, sublinhou a importância da colaboração com a Embraer, a construtora brasileira responsável pela fabricação destas aeronaves militares. Segundo Melo, esta parceria é “muito vantajosa” e demonstra o crescente interesse internacional pelo KC-390.
Durante uma visita à Esquadra 506 da Força Aérea Portuguesa, que opera os KC-390, o ministro português destacou que Portugal não é apenas um parceiro na construção do avião, mas também um beneficiário dos lucros gerados. “A aeronave é cada vez mais solicitada por países aliados”, afirmou, reforçando a relevância do KC-390 no mercado global.
O ministro sueco da Defesa, Pål Jonson, que acompanhou Nuno Melo na visita, também enfatizou as “oportunidades maravilhosas” que surgem com esta colaboração, especialmente nas áreas de logística e formação. A conversa entre os dois governantes não se limitou apenas ao KC-390, abrangendo também “novas necessidades geoestratégicas” que exigem uma maior cooperação entre os aliados.
Nuno Melo referiu que a situação geopolítica atual exige uma participação conjunta mais robusta entre os países, e a parceria com a Suécia é um exemplo disso. “Há inúmeras áreas, no ar, em terra e no mar, onde podemos olhar para o futuro com vantagens para o desenvolvimento de indústrias”, acrescentou, sublinhando a criação de postos de trabalho em sectores tecnológicos.
Questionado sobre a possível venda de caças Gripen pela Suécia para substituir os F-16 da Força Aérea Portuguesa, Nuno Melo esclareceu que essa discussão ainda não começou em Portugal, mas que será necessária no futuro, dado que todos os equipamentos têm um ciclo de vida. “Quando decidirmos substituir os F-16, o mundo livre será o nosso mercado”, afirmou.
O ministro sueco também comentou sobre a evolução das relações entre os dois países, que passaram de parceiros a aliados desde a entrada da Suécia na NATO. Com a compra do KC-390, ambos os países agora fazem parte do “Clube KC-390”, o que reforça ainda mais a colaboração na defesa.
A Suécia, que está a aumentar o seu investimento em defesa devido à agressão russa na Ucrânia, anunciou recentemente que o orçamento para este sector irá subir para 3,5% do PIB em 2023. Jonson destacou que este é o maior rearmamento da Suécia desde os anos 50, uma resposta direta à situação de segurança na Europa.
Durante a visita à Base Aérea n.º 11, os ministros tiveram a oportunidade de experimentar o simulador do KC-390, o único disponível na Europa, e conhecer as instalações de manutenção da aeronave. Esta experiência prática sublinha a importância do KC-390 como um activo estratégico para as forças armadas de ambos os países.
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Fonte: ECO
