A agência de rating Morningstar DBRS confirmou o rating de longo prazo dos Estados Unidos da América em AAA, tanto em moeda estrangeira como em moeda local. Além disso, os ratings de curto prazo foram mantidos em R-1, indicando uma classificação elevada. A tendência para todas as classificações é estável, refletindo a robustez creditícia dos EUA, que continua a ser uma das maiores economias do mundo.
Os Estados Unidos destacam-se pela sua economia diversificada e pela liderança em investigação e inovação. Apesar dos desafios políticos que têm surgido, a DBRS sublinha que as instituições democráticas e um sistema jurídico forte proporcionam uma base sólida para a economia. O dólar norte-americano e os mercados financeiros dos EUA desempenham um papel central no comércio mundial, conferindo ao país uma flexibilidade financeira notável.
Contudo, a DBRS alerta que a credibilidade dos EUA pode ser afetada por diversos desafios, sendo a perspetiva fiscal a principal preocupação. O défice orçamental federal é significativo e estrutural, com previsões de aumento ao longo do tempo. A agência estima que o rácio da dívida federal em relação ao PIB atinja os 100% até 2025 e ultrapasse os 110% até 2030. Este aumento da dívida pode prejudicar as perspetivas de crescimento e a resiliência da economia a choques.
A polarização política também é um fator de risco, uma vez que pode atrasar as reformas necessárias para assegurar a sustentabilidade das finanças públicas. A DBRS espera que a Reserva Federal continue a manter uma inflação baixa e estável, mas as pressões políticas podem comprometer a qualidade da política monetária, o que poderia impactar negativamente o rating dos EUA.
A agência não antecipa implicações diretas para o crédito em caso de uma possível paralisação do governo federal. Embora o Congresso enfrente dificuldades em aprovar leis de financiamento, o impacto macroeconómico de uma paralisação seria, segundo a DBRS, modesto e temporário.
A DBRS elogia a economia americana, que representa um quarto da produção global e é altamente resiliente. Os níveis de produtividade são elevados e, até agora, não se observam grandes cicatrizes económicas resultantes da pandemia. O PIB real está alinhado com as tendências pré-pandemia e a taxa de participação da força de trabalho está acima dos níveis anteriores à crise.
Nos primeiros oito meses de 2025, a economia dos EUA teve um desempenho positivo, apesar das preocupações com o protecionismo. No entanto, a DBRS alerta que a economia pode estar a perder força, com um abrandamento no crescimento dos gastos dos consumidores e um arrefecimento no mercado de trabalho. A agência prevê que as tarifas aplicadas e a incerteza em torno da política comercial possam contribuir para um crescimento mais modesto nos próximos trimestres.
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Fonte: Sapo