O aeroporto de Bruxelas foi alvo de um ataque informático que afetou o fornecedor de serviços de check-in e embarque, resultando em perturbações na programação de voos. A autoridade aeroportuária da capital belga confirmou que o incidente está a causar impactos significativos. Da mesma forma, o aeroporto de Heathrow, o maior da Europa, também anunciou problemas técnicos com o seu fornecedor de faturação e embarque, o que pode levar a atrasos nas partidas.
A Check Point Research sublinha que a aviação se tornou um alvo cada vez mais atrativo para os cibercriminosos. A divisão de inteligência de ameaças cibernéticas da Check Point Software Technologies alerta que estes ataques não se restringem a falhas de IT, mas têm a capacidade de paralisar voos e deixar passageiros retidos. Além disso, podem gerar impactos transfronteiriços em questão de horas. Os grupos criminosos exploram a dependência da aviação em sistemas digitais partilhados, especialmente plataformas de terceiros utilizadas simultaneamente por várias companhias aéreas e aeroportos. Quando um fornecedor é comprometido, a disrupção espalha-se rapidamente.
Os cibercriminosos muitas vezes escolhem atacar durante fins de semana ou feriados, quando as equipas de TI e segurança estão reduzidas, resultando em tempos de resposta mais lentos. Rui Duro, Country Manager da Check Point Software em Portugal, destaca que ao atacar nestas janelas, os criminosos maximizam a possibilidade de causar caos prolongado, afetando centenas de milhares de passageiros e estendendo as disrupções até às segundas-feiras.
Duro enfatiza que a cadeia de fornecimento interligada da aviação é um ponto vulnerável. Um único fornecedor comprometido pode paralisar dezenas de aeroportos e companhias aéreas simultaneamente. Ele alerta que, a menos que as empresas de aviação tratem a cibersegurança com a mesma seriedade que as verificações de segurança física antes da descolagem, as disrupções continuarão a aumentar. A resiliência cibernética é, portanto, tão crítica para a aviação quanto a segurança dos passageiros.
De acordo com dados da Check Point Research, o setor de Transportes e Logística está entre os mais atacados do mundo, enfrentando uma média de 1.143 ciberataques por organização por semana nos últimos meses, um aumento de 5% em relação ao ano anterior. Em agosto de 2025, esse número subiu para 1.258 ataques semanais por organização.
A Check Point também revela que o ransomware continua a ser uma das ameaças mais disruptivas, com 1.600 incidentes reportados no segundo trimestre de 2025. O setor de Transportes e Logística representou 4% desses casos. A atividade de ransomware cresceu 126% em comparação com o ano anterior, evidenciando como as campanhas de extorsão e a exploração da cadeia de fornecimento estão a moldar o panorama de ameaças.
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Fonte: Sapo