As autárquicas em Setúbal prometem ser um verdadeiro campo de batalha política, com Dores Meira a emergir como uma figura central. A ex-autarca da CDU, que governou a cidade entre 2006 e 2017, apresenta-se agora como candidata independente, apoiada pelo PSD, e está determinada a desafiar a hegemonia comunista na Câmara Municipal.
Dores Meira, que já foi elogiada por figuras como José Mourinho, tem um histórico de gestão que a coloca como uma forte concorrente. Desde que a CDU conquistou a Câmara em 2001, os comunistas mantiveram-se no poder até 2021, quando perderam para o PS. Agora, Dores Meira tenta recuperar a autarquia, prometendo uma nova dinâmica para Setúbal, que considera estar “parada no tempo” desde a sua saída.
O PS, por sua vez, apresenta Fernando José como candidato, um vereador que já tem experiência na câmara. O partido vê em Dores Meira uma oportunidade para dividir o eleitorado comunista, aumentando as suas chances de reconquista. A presença de Carlos de Sousa, um ex-candidato da CDU, como mandatário do PS, adiciona uma camada de complexidade a esta disputa.
A divisão no PSD também é notória. O apoio a Dores Meira não é unânime, com algumas vozes dentro do partido a questionar a decisão de não apresentar um candidato próprio. Pedro Alves, coordenador autárquico do PSD, defendeu que a escolha de apoiar Dores Meira foi uma solução necessária, dada a falta de alternativas viáveis dentro do partido.
A candidatura de Dores Meira é vista como um “joker” nas autárquicas, capaz de atrair votos tanto de antigos apoiantes da CDU como de eleitores descontentes com a atual gestão. A ex-autarca não hesita em criticar a atual administração, afirmando que Setúbal precisa de uma mudança e que a sua experiência é fundamental para isso.
Com um cenário eleitoral em que um voto a mais pode determinar a vitória, as autárquicas em Setúbal prometem ser uma disputa acirrada. O Chega também entra na corrida, tentando capitalizar sobre a desilusão com os partidos tradicionais.
Dores Meira, que já anunciou que não pretende continuar na política após estas eleições, está determinada a deixar a sua marca em Setúbal. “Sou candidata porque Setúbal não pode estar entregue ao populismo”, afirmou, sublinhando a importância de um governo responsável e focado no desenvolvimento da cidade.
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Fonte: ECO