No dia 21 de setembro de 2025, Portugal fez história ao reconhecer oficialmente o Estado da Palestina. O anúncio foi feito pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, durante uma declaração na missão portuguesa junto às Nações Unidas, em Nova Iorque. Rangel aproveitou a oportunidade para exortar à cessação das hostilidades, à libertação de reféns e ao restabelecimento da ajuda humanitária em Gaza.
“Hoje, Portugal reafirma a sua vontade de fortalecer as relações de amizade com o povo palestiniano e com o povo israelita. Apelamos a que cessem todas as hostilidades e que se abra uma fresta de luz para a paz”, afirmou Rangel. O governo português sublinhou a importância de dar passos concretos para a paz, lembrando o sofrimento de ambos os povos.
Com esta decisão, Portugal junta-se a países como o Reino Unido, Canadá e Austrália, tornando-se o 13.º membro da União Europeia a reconhecer o Estado da Palestina. O ministro justificou a escolha do local para este anúncio, destacando que apenas sob a égide da ONU é possível alcançar uma solução para o conflito.
O Partido Socialista (PS) saudou o reconhecimento, considerando que esta decisão reflete o sentir maioritário do povo português. Francisco Assis, secretário nacional para as Relações Internacionais do PS, afirmou que a decisão corresponde às posições da maioria dos partidos na Assembleia da República e poderá contribuir para a resolução do conflito israelo-palestiniano, que se arrasta há décadas.
Assis descreveu este momento como histórico e relevante, destacando que não se trata de uma medida simbólica, mas sim de uma ação política com potenciais consequências. Ele alertou que Israel poderá enfrentar uma crescente pressão internacional para alterar as suas prioridades políticas. O eurodeputado socialista também sublinhou a necessidade de se promover a solução dos dois Estados, considerando que a decisão é uma derrota para os extremistas de ambos os lados.
Em contraste, o líder do Chega, André Ventura, não assumiu uma posição clara sobre o reconhecimento do Estado da Palestina, defendendo que é prioritário libertar reféns e combater o terrorismo. Ventura argumentou que a prioridade deve ser garantir que Portugal está alinhado com os países mais avançados na luta contra o terrorismo e a corrupção.
“É essencial que os terroristas do Hamas libertem os reféns antes de discutirmos o reconhecimento do Estado da Palestina”, afirmou Ventura, enfatizando que a luta contra o terrorismo deve ser a principal preocupação.
Portugal, ao reconhecer o Estado da Palestina, abre um novo capítulo nas suas relações internacionais e na sua política externa. Esta decisão poderá ter um impacto significativo no futuro do conflito e nas relações entre os povos da região.
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Fonte: ECO