O Bloco de Esquerda (BE) expressou este domingo a sua satisfação pelo reconhecimento do Estado da Palestina por parte das autoridades portuguesas. O partido considera que este gesto, embora simbólico, só terá valor se forem criadas condições concretas para a viabilidade de um Estado palestiniano.
Em comunicado, o BE lembrou que vários países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) já reconheceram a Palestina e propôs um embargo total à venda de armas a Israel, além de sanções direcionadas a responsáveis políticos e militares israelitas. O partido citou uma Comissão de Inquérito da ONU que afirma que Israel está a cometer genocídio em Gaza, referindo que a ex-juíza do Tribunal Penal Internacional que liderou a investigação foi clara ao afirmar que “está a ocorrer genocídio em Gaza”.
O BE denunciou a escalada da violência, sublinhando que o ataque terrestre à cidade de Gaza já resultou em mais de 65 mil mortos e mais de 160 mil feridos, a maioria mulheres e crianças. Entre as vítimas, destacam-se mais de 230 jornalistas, o que representa um recorde trágico no contexto de um único conflito.
O partido também manifestou apoio à missão humanitária da Global Sumud Flotilla, que visa quebrar o bloqueio imposto por Israel. O BE considera que esta iniciativa é crucial para garantir o acesso a ajuda humanitária e para denunciar o cerco que agrava a situação da população de Gaza. “A Flotilha Humanitária para Gaza é um grito da humanidade contra este massacre”, afirmou o partido, elogiando a coordenadora Mariana Mortágua e os delegados portugueses envolvidos.
O BE exigiu ainda a suspensão imediata de todos os acordos de cooperação com Israel, incluindo aqueles estabelecidos no âmbito da União Europeia. “Apenas assim será possível pôr fim ao genocídio em curso, forçar Israel a seguir um caminho de paz justo e duradouro, proteger os direitos humanos e garantir o direito à autodeterminação do povo palestiniano”, defendeu.
Na Cisjordânia, o partido destacou que, até ao momento, já foram registados 2.780 feridos entre civis palestinianos devido a operações de soldados e colonos, o que representa um aumento de 39% em relação a 2024. Portugal deverá formalizar o reconhecimento da Palestina através de um anúncio do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, ainda hoje.
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Fonte: Sapo