O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, expressou a sua satisfação pelo reconhecimento do Estado da Palestina pelo Reino Unido, considerando-o um avanço significativo em direção a uma paz justa e duradoura. Em comunicado, a presidência palestiniana sublinhou que este reconhecimento é um passo necessário para a concretização da solução de dois Estados, permitindo que a Palestina viva em segurança e paz ao lado de Israel.
Abbas destacou que a prioridade atual é alcançar um cessar-fogo, facilitar a entrada de ajuda humanitária e garantir a libertação de todos os reféns e prisioneiros. Além disso, o líder palestiniano enfatizou a necessidade de uma retirada total das forças israelitas da Faixa de Gaza e o fim das atividades dos colonatos e do terrorismo associado.
Além do Reino Unido, os governos do Canadá e da Austrália também anunciaram o reconhecimento do Estado da Palestina, um gesto que Portugal deverá seguir, conforme anunciado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel. Abbas elogiou igualmente as declarações dos dois países, reiterando a importância do reconhecimento para a causa palestiniana.
O Governo da Autoridade Palestiniana, que exerce a sua autoridade em partes da Cisjordânia, considerou a decisão dos três países como “corajosa”. Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros palestiniano incentivou outros países a seguir o exemplo, mencionando os Estados Unidos como um caso particular.
Estes reconhecimentos são vistos como um compromisso genuíno para acabar com a ocupação israelita e alcançar a paz. O executivo palestiniano acredita que essas ações fortalecem a posição das autoridades palestinianas nos fóruns internacionais e legitimam a aspiração à criação de um Estado soberano, uma reivindicação central nas negociações com Israel, que, sob o governo de Benjamin Netanyahu, não parece ser uma prioridade.
O reconhecimento do Estado da Palestina surge num contexto de crescente pressão diplomática para avançar com uma solução de dois Estados, num conflito que se arrasta há décadas. Na próxima segunda-feira, uma conferência promovida pela França e pela Arábia Saudita abordará a solução dos dois Estados, durante a semana de alto nível da 80.ª Assembleia-Geral das Nações Unidas. O presidente francês, Emmanuel Macron, também deverá reconhecer o Estado palestiniano durante este evento.
Outros países, como Bélgica, Malta e Luxemburgo, todos da União Europeia, assim como Andorra e São Marino, também estão a considerar fazer o mesmo. Atualmente, quase 150 países reconhecem o Estado da Palestina, com o Reino Unido e o Canadá a serem os primeiros do G7 a formalizar este reconhecimento.
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Fonte: Sapo