Um grupo de jornalistas da revista Visão, incluindo o seu diretor, apresentou uma proposta para que a assembleia de credores autorize a venda da revista em separado. Este pedido foi enviado ao Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste e a assembleia de credores da Trust in News (TiN), proprietária da Visão e de outros títulos, está agendada para segunda-feira de manhã, no tribunal de Sintra.
No documento, os proponentes, que são trabalhadores e credores privilegiados da empresa em insolvência, argumentam que a venda da marca Visão, atualmente integrada no ativo da Trust in News, é essencial para a continuidade do projeto editorial. A proposta inclui a aquisição de todos os direitos associados ao registo da marca, que abrange títulos como Visão Júnior, Visão História e Visão Saúde, bem como os respetivos domínios na Internet.
Os jornalistas sublinham que a marca é um ativo estratégico, com elevado valor cultural e económico. A sua preservação sob a titularidade dos jornalistas é vista como crucial para manter a identidade da publicação e assegurar a continuidade da sua atividade editorial. A revista Visão, que mantém uma tiragem média de cerca de 15 mil exemplares, poderá assim garantir a valorização deste ativo e o pagamento do respetivo preço em benefício da massa insolvente.
Um estudo de viabilidade solicitado pelos proponentes indica que a revista Visão, se vendida separadamente do restante património da massa insolvente, poderá ter viabilidade económica. Os trabalhadores acreditam que a alienação da marca em separado é vantajosa e que são os únicos capazes de assegurar a continuidade do projeto editorial, mesmo face às dificuldades financeiras que têm enfrentado.
Caso a proposta seja aceita, os jornalistas planeiam constituir uma sociedade cooperativa ou por quotas. A venda da revista Visão, com um valor base de 40.000 euros ou um valor a definir por um avaliador independente, será feita preferencialmente por negociação particular ou licitação entre interessados. O pagamento será realizado com um sinal de 20% no ato da assinatura e o restante em até 30 dias.
Os proponentes pedem que a proposta seja submetida à assembleia de credores e, se aprovada, que lhes seja permitido continuar a produzir a revista até à venda do título, sob a supervisão do administrador da insolvência. Esta continuidade editorial é considerada benéfica para todos os credores, pois permitirá a geração de receitas através de vendas, assinaturas e publicidade.
A Trust in News, fundada em 2017, é proprietária de 16 órgãos de comunicação social, incluindo títulos como Exame, Caras e Courrier International. A proposta dos trabalhadores da Visão representa uma tentativa de salvaguardar não apenas a revista, mas também os postos de trabalho associados a este importante projeto editorial.
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Fonte: ECO