A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, afirmou este domingo que a União Europeia (UE) “defenderá cada centímetro do seu território” face às provocações da Rússia. Esta declaração foi feita numa entrevista ao jornal belga Le Soir, onde Von der Leyen sublinhou a necessidade de aumentar a autonomia e independência da UE na área da defesa.
A líder da Comissão Europeia destacou a importância de um “pilar europeu” de defesa mais robusto, especialmente após uma série de incidentes envolvendo drones e aeronaves russas no espaço aéreo da Polónia, Roménia e Estónia. “Estes incidentes, particularmente o que ocorreu na Polónia, são muito significativos. Embora a NATO continue a ser central na nossa defesa coletiva, precisamos de um pilar europeu muito mais forte”, afirmou.
Von der Leyen referiu ainda que a UE-27 já está a implementar um programa denominado “Horizonte 2030”, que visa reforçar a sua defesa. Este programa inclui a mobilização de até 800 mil milhões de euros para o setor, com o objetivo de garantir uma defesa da UE mais autónoma e eficaz.
Quando questionada sobre a possibilidade de a União Europeia criar forças armadas próprias, Von der Leyen esclareceu que os Estados-membros “manterão sempre a responsabilidade pelas suas próprias tropas”. Esta afirmação reflete a complexidade da defesa da UE, onde a cooperação entre os países é fundamental, mas cada um mantém o controlo sobre as suas forças armadas.
A presidente da Comissão Europeia também abordou a necessidade de uma dissuasão “forte e fiável” contra o bloqueio de sinais de GPS no espaço aéreo europeu, especialmente nas regiões fronteiriças com a Rússia. Este bloqueio tem afetado diversos voos, incluindo um que transportava Von der Leyen, o que evidencia a gravidade da situação.
“Os ataques da Rússia mostram claramente que as suas ambições vão além da Ucrânia”, alertou Von der Leyen, referindo-se aos ciberataques e outras formas de agressão que a UE tem enfrentado. A Comissão Europeia leva estes incidentes “muito a sério” e está a trabalhar para garantir a segurança dos seus Estados-membros.
Em relação à situação no Médio Oriente, Von der Leyen defendeu a necessidade de um equilíbrio que assegure a segurança de Israel e, simultaneamente, um futuro seguro para os palestinianos. A presidente reiterou a importância de um acesso ilimitado a ajuda humanitária e de um cessar-fogo imediato, sublinhando que a solução de dois Estados é a única via para uma paz duradoura na região.
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Fonte: Sapo