A ABC anunciou que irá retomar, na próxima terça-feira, o programa do humorista Jimmy Kimmel, que havia sido suspenso devido a comentários controversos sobre o homicídio do ativista de extrema-direita Charlie Kirk. A decisão foi comunicada pela estação norte-americana, que afirmou ter dialogado com Kimmel antes de tomar esta resolução.
A suspensão de Kimmel ocorreu após ele ter feito declarações durante um monólogo sobre o assassinato de Kirk, que aconteceu a 10 de setembro. Kimmel criticou a forma como a “pandilha MAGA” (Make America Great Again, lema associado a Donald Trump) tentou distorcer a narrativa em torno do crime, afirmando que tentaram retirar dividendos políticos da situação.
O programa “Jimmy Kimmel Live!” é transmitido desde 2003 e Kimmel é uma figura bem conhecida na televisão e na comédia, tendo apresentado os Óscares em várias ocasiões. A sua suspensão gerou reações imediatas, com algumas das maiores afiliadas da ABC, como a Nexstar e a Sinclair, a anunciarem que iriam retirar o programa das suas emissoras. No entanto, vários colegas comediantes defenderam Kimmel, mostrando solidariedade.
Donald Trump, que frequentemente é alvo de piadas por parte de Kimmel, comentou a suspensão nas redes sociais, considerando-a “uma grande notícia para os Estados Unidos”. O ex-presidente pediu ainda a demissão de outros apresentadores de programas noturnos. Kimmel, numa entrevista anterior, expressou preocupação sobre a possibilidade de o governo vir a perseguir humoristas, especialmente num contexto em que a administração Trump tem pressionado a indústria dos media.
A suspensão de Kimmel também levantou questões sobre a liberdade de expressão, especialmente num momento em que a CBS cancelou a série de Stephen Colbert e outras mudanças estão a ocorrer no panorama televisivo noturno. O contrato de Kimmel com a ABC, que pertence à Walt Disney Co., termina em maio de 2026.
A notícia do regresso de Kimmel surge num contexto em que mais de 430 figuras proeminentes de Hollywood e da Broadway, incluindo nomes como Robert De Niro e Meryl Streep, assinaram uma carta aberta da União Americana pelas Liberdades Civis. Esta carta apela à defesa dos direitos constitucionais, considerando que a suspensão de Kimmel representa um “momento sombrio para a liberdade de expressão” nos Estados Unidos.
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Jimmy Kimmel Jimmy Kimmel Jimmy Kimmel Nota: análise relacionada com Jimmy Kimmel.
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Fonte: ECO