Num mundo cada vez mais interligado, os riscos que as instituições financeiras enfrentam vão muito além das questões de crédito e da volatilidade económica. A cibersegurança tornou-se uma das principais preocupações, não apenas pela complexidade das ameaças, mas também pelo impacto direto que pode ter na confiança dos clientes e na continuidade dos negócios.
Durante muito tempo, a cibersegurança foi vista como uma responsabilidade exclusiva das equipas de IT. Contudo, atualmente, compreende-se que este é um risco organizacional que deve ser avaliado ao mais alto nível de gestão. Um incidente cibernético pode comprometer a reputação, a liquidez e, em última análise, a própria sobrevivência de uma empresa.
O setor financeiro está na linha da frente desta realidade. A sensibilidade dos dados que gere, o volume de transações em tempo real e a atratividade para cibercriminosos tornam-no um alvo preferencial. De acordo com o relatório ENISA Threat Landscape – Finance Sector 2024, no último ano foram registados 432 ataques cibernéticos contra instituições financeiras na Europa. Este número é impressionante, mas o que realmente importa é a confiança que está em jogo.
Na Cofidis, a cibersegurança é tratada como um risco estratégico, avaliado regularmente pelo Comité de Direção e pelo Conselho de Administração. Este tema não é um ponto secundário na agenda; é central. O compromisso da empresa reflete-se em formações contínuas para todos os colaboradores, testes de resiliência e planos de crise bem definidos. Além disso, práticas de desenvolvimento seguro são aplicadas a cada novo projeto, assegurando que a segurança é integrada desde o início.
O novo paradigma da liderança de risco exige mais do que a simples prevenção; é necessário antecipar e preparar respostas. A resiliência constrói-se com políticas claras, processos robustos e equipas treinadas para agir de forma rápida e transparente. Assim, é possível reduzir o impacto de um incidente e preservar a confiança.
A confiança é o ativo mais crítico no setor financeiro. A proteção rigorosa dos dados e a capacidade de resposta transparente em caso de incidente são fundamentais para manter a credibilidade junto dos clientes e do mercado. Mais do que proteger ativos, uma instituição que investe em cibersegurança fortalece a sua marca e a sua posição competitiva.
No entanto, não basta ter tecnologia e uma boa governação. A literacia digital e de segurança das equipas é essencial. Quanto mais preparados estiverem os colaboradores para identificar riscos e comportamentos fraudulentos, maior será a resiliência da organização. Por isso, a formação contínua e a cultura de segurança devem ser vistas como um investimento estratégico, e não como um custo.
Para os gestores de topo, a mensagem é clara: integrar a cibersegurança no mapa global de riscos, envolver todas as áreas da organização e avaliar regularmente a capacidade de resposta. Liderar o risco é, portanto, liderar a confiança. E sem confiança, a sustentabilidade torna-se impossível.
No setor financeiro, a cibersegurança já não é uma escolha — é um imperativo estratégico. Apenas as organizações que combinam uma visão integrada, uma cultura de resiliência e uma governação de risco robusta estarão preparadas para prosperar. Em última análise, liderar o risco é liderar o futuro.
Leia também: A importância da formação em cibersegurança nas empresas.
Leia também: ERC promove consulta pública sobre Inteligência Artificial na comunicação
Fonte: Sapo





