O secretário-geral do Partido Socialista (PS), José Luís Carneiro, manifestou esta segunda-feira a sua preocupação com a política económica do Governo, acusando-o de falhar em todas as suas variáveis. Durante uma conferência de imprensa, Carneiro referiu que a recente revisão em baixa do crescimento económico para 1,9% este ano, feita pelo Conselho de Finanças Públicas, confirma as suas críticas.
“Estamos a assistir a um erro político com a alienação de imóveis públicos”, afirmou o líder socialista, sublinhando que a política económica do Governo não está a responder às necessidades do país. Carneiro destacou que o crescimento económico, o investimento público, o endividamento das famílias e a inflação são áreas que estão a ser negligenciadas. “A política económica do Governo está a falhar em todas as suas variáveis”, reiterou.
Após uma reunião com o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, João Vieira Lopes, Carneiro expressou a sua expectativa em relação ao próximo Orçamento do Estado. “Vamos aguardar pela proposta do Orçamento para ver quais são os termos em que o Governo apresenta as previsões económicas”, disse.
O secretário-geral do PS criticou também a alienação de património público, que foi anunciada na semana passada. Segundo ele, essa decisão pode ser utilizada para prever receitas que, na realidade, podem não ser concretizadas. “Essa alienação foi um erro, pois poderia ser uma solução para as necessidades habitacionais, especialmente em Lisboa”, afirmou. Carneiro questionou se o Governo estaria a tentar garantir receitas orçamentais através dessa alienação, o que poderia levar a uma previsão orçamental irrealista.
O Conselho das Finanças Públicas prevê um crescimento económico de 1,9% para este ano e 1,8% para 2026, uma redução em relação ao que foi projetado anteriormente. O Governo, no entanto, tinha inicialmente estimado um crescimento de 2,1% no Orçamento do Estado para 2025, que foi posteriormente ajustado para 2,4% em abril.
Recentemente, o Governo anunciou a alienação de nove imóveis públicos e a colocação de 14 terrenos em parceria público-privada. O ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, detalhou que entre os imóveis a serem vendidos estão edifícios históricos, incluindo a antiga sede do Conselho de Ministros. Esta decisão foi anunciada durante um evento que formalizou um acordo de financiamento com o Banco Europeu de Investimento.
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Fonte: ECO
