O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sublinhou a necessidade urgente de reconhecer o Estado da Palestina, afirmando que “amanhã teria sido demasiado tarde”. Esta declaração foi feita durante a Conferência Internacional de Alto Nível para a Solução Pacífica da Questão da Palestina, realizada na sede das Nações Unidas em Nova Iorque. O chefe de Estado português destacou que a falta de ação pode resultar em consequências graves, como o aumento do extremismo e da instabilidade na região.
Marcelo reforçou que Portugal sempre defendeu a solução dos dois Estados, alinhada com as diretrizes das Nações Unidas. “A ajuda humanitária deve ser assegurada sem atrasos”, afirmou, enfatizando a importância de uma abordagem proativa na resolução do conflito israelo-palestiniano. O reconhecimento do Estado da Palestina, segundo o Presidente, não é um gesto isolado, mas sim uma continuação das políticas que visam uma solução pacífica.
O ataque do grupo islamita Hamas a Israel, ocorrido a 7 de outubro de 2023, foi também mencionado por Marcelo, que afirmou que tal ato “nunca poderá ser justificado”. O reconhecimento do Estado da Palestina, segundo ele, é um passo essencial para a paz, e a mensagem é clara: “O reconhecimento do Estado da Palestina é o reconhecimento da paz em si – agora, hoje”.
António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, também se pronunciou sobre a situação, alertando para o crescente isolamento de Israel no cenário global. Guterres defendeu que o reconhecimento do Estado palestiniano é um direito e não uma recompensa, questionando aqueles que se opõem a essa iniciativa sobre qual seria a alternativa. Ele destacou que a falta de uma solução de dois Estados perpetua a injustiça e o radicalismo na região.
A França, por sua vez, anunciou o reconhecimento formal do Estado da Palestina, com o presidente Emmanuel Macron a afirmar que “chegou o momento”. Esta decisão visa promover a paz entre israelitas e palestinianos e foi recebida com aplausos na conferência.
A ministra dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana, Varsen Aghabekian, criticou Israel por minar a solução de dois Estados, afirmando que a ausência de negociações nos últimos anos tem afetado a governança da Autoridade Palestiniana. Aghabekian destacou que a falta de diálogo e a contínua ocupação têm levado a uma situação insustentável.
O reconhecimento do Estado da Palestina é, assim, visto como um passo crucial para a paz no Médio Oriente. A comunidade internacional é chamada a agir, pois a situação atual não é apenas uma questão de direitos, mas também de segurança e estabilidade na região. “Leia também: O impacto do reconhecimento do Estado da Palestina nas relações internacionais”.
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Fonte: ECO