O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sublinhou a importância da Organização das Nações Unidas (ONU) como um organismo insubstituível na mediação de conflitos, durante a 80.ª sessão da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque. Marcelo fez referência à ausência do “mais poderoso do mundo” na resolução das crises na Ucrânia e em Gaza, destacando que a ONU é fundamental para a paz mundial.
No seu discurso, que durou cerca de 20 minutos e foi proferido em várias línguas, incluindo português e inglês, o chefe de Estado português afirmou que “as Nações Unidas enfrentam um momento existencial” e que são necessárias mudanças, mas enfatizou que nenhuma outra organização pode substituir a ONU. “Nenhum G1, G2 ou G3 será uma alternativa”, disse.
Marcelo destacou a situação na Ucrânia, onde a guerra se arrasta há meses, sem que haja uma mediação eficaz por parte dos Estados Unidos. “Estamos à espera de um cessar-fogo. Não temos”, lamentou. No que diz respeito ao Médio Oriente, o Presidente português reiterou que a falta de intervenção dos EUA tem atrasado a resolução do conflito, afirmando que sem uma abordagem multilateral e o reconhecimento do Estado da Palestina, não se pode esperar uma mudança significativa.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, também se pronunciou sobre a situação no Médio Oriente, alertando que a viabilidade da solução de dois Estados está a deteriorar-se rapidamente. Guterres pediu uma Palestina “independente, soberana, democrática e viável”, coexistindo pacificamente com Israel. Ele destacou que a expansão dos colonatos israelitas e os ciclos de violência têm contribuído para uma crise humanitária sem precedentes.
A situação em Gaza é particularmente alarmante. De acordo com estimativas, a guerra em curso já causou um número elevado de mortes e feridos, com a ONU a declarar o território em grave crise humanitária. O bloqueio de ajuda humanitária e a escassez de alimentos têm agravado as condições de vida da população, levando a um estado de fome catastrófico.
Marcelo Rebelo de Sousa, ao abordar a mediação de conflitos, enfatizou a necessidade de um compromisso global para a paz. Ele defendeu que a ONU deve ser o pilar central na resolução de crises internacionais, e que a ausência de potências como os Estados Unidos apenas prolonga o sofrimento das populações afetadas. “A mediação de conflitos é essencial para a paz e a estabilidade global”, concluiu.
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Fonte: ECO