Sofia Tenreiro, CEO da Siemens Portugal, defende que o país precisa de uma maior ambição empresarial e de deixar de pensar de forma limitada. Em declarações ao ECO, à margem do evento Tech Day, realizado na Nova SBE em Carcavelos, Tenreiro sublinhou a importância de as empresas, independentemente da sua dimensão, encontrarem formas de colaborar para crescer e investirem em áreas como inteligência artificial, metaverso industrial, gémeos digitais e análise de dados.
“Temos um tecido empresarial complexo e diverso. Muitas vezes, as pequenas empresas trazem mais inovação, enquanto as grandes geram valor imediato e criam emprego. É fundamental que tenhamos a coragem de nos ajudar mutuamente e de partilhar aprendizagens, acelerando assim o crescimento das menores e apoiando as maiores”, afirmou a CEO.
No contexto das celebrações dos 120 anos da Siemens em Portugal, foram contactadas 12 associações empresariais para elaborar um relatório sobre setores estratégicos que podem impulsionar a economia nacional. Os setores identificados incluem automóvel, química, centros de dados, defesa, mobilidade, alimentação, saúde, farmacêutica, portos e energia.
Tenreiro destacou que é cada vez mais necessário desenvolver competências específicas nestas áreas, que, embora não sejam novas, são emergentes. “A combinação entre talento e digitalização será crucial para o sucesso dos vários setores. Precisamos de avaliar se as pessoas têm as competências adequadas para os desafios futuros, não apenas em termos de conhecimento do mercado, mas também em capacidade de inovação”, acrescentou.
Carlos Moreira da Silva, presidente da Business Roundtable Portugal, enfatizou a necessidade de aumentar o número de grandes empresas em Portugal, alertando que o país tem um excesso de microempresas. “Se a nossa economia crescesse ao ritmo do turismo, o PIB per capita estaria entre os quatro e cinco primeiros lugares na Europa”, afirmou.
No setor da defesa, Rui Lobo, da Tekever, mencionou que a indústria está a passar por uma revolução. No entanto, ele alertou para a morosidade dos concursos públicos, que podem atrasar a inovação necessária em tempos de crise. “O nosso maior desafio é garantir que os nossos aliados na Ucrânia se mantenham na linha da frente, mas os processos públicos são lentos”, disse Lobo.
Além disso, as empresas estatais também enfrentam o desafio de modernizar infraestruturas. A EPAL, por exemplo, está a trabalhar com a Siemens para reduzir o consumo de energia entre 2% e 5% em um terço do território nacional. Este projeto, que começou há dois anos, envolve a implementação de tecnologia em ativos modernos e antigos.
Durante o evento, a Siemens apresentou ainda inovações tecnológicas, como o bionic agent, uma solução baseada na nuvem que facilita a gestão de pedidos dos clientes, integrando-se com plataformas como Salesforce e SAP.
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Fonte: ECO