Portugal emite 5 mil milhões em Obrigações do Tesouro

O Estado português realizou, recentemente, uma emissão sindicada de Obrigações do Tesouro, totalizando 5 mil milhões de euros, divididos em duas tranches. A primeira tranche refere-se a uma nova obrigação com maturidade em 2033, enquanto a segunda consiste numa reabertura da linha com maturidade em 2054.

Na emissão de 2033, o spread foi fixado em 37 pontos base acima da taxa mid-swap a oito anos, que se situava em 2,57%. Isso resultou numa yield de 2,94%. A procura por esta obrigação foi impressionante, com 3,5 mil milhões de euros colocados e uma demanda que superou os 46 mil milhões, ou seja, 13 vezes o montante emitido. Deste total, cerca de 1,85 mil milhões de euros vieram de bancos coordenadores.

Quanto à linha com maturidade em 2054, o spread foi definido em 110 pontos base sobre a mid-swap a 30 anos, que estava em 2,93%, resultando numa yield de 4,03%. Nesta tranche, foram colocados 1,5 mil milhões de euros, com uma procura que ultrapassou os 35 mil milhões, mais de 23 vezes o montante emitido, sendo que 875 milhões corresponderam ao interesse dos coordenadores.

No total, Portugal conseguiu captar 5 mil milhões de euros, com uma procura agregada de cerca de 81 mil milhões, o que representa 16,2 vezes a oferta. Paulo Monteiro Rosa, Economista Sénior do Banco Carregosa, sublinha que a procura foi bastante significativa em ambas as maturidades, evidenciando um forte apetite dos investidores pela dívida portuguesa. Este interesse é sustentado pela trajetória positiva das contas públicas, com previsões de um rácio da dívida pública abaixo dos 90% até 2026 e equilíbrios orçamentais.

Além disso, as sucessivas melhorias na notação de crédito atribuídas por agências internacionais têm facilitado o acesso do Estado português ao financiamento. A operação de emissão de obrigações do Tesouro permite ao Estado captar financiamento em condições competitivas a médio prazo, através do novo título a oito anos, e também alongar o perfil da dívida pública com a emissão adicional do título a 2054.

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O spread mais reduzido na obrigação de 2033 reflete um custo de financiamento mais baixo, enquanto o spread mais elevado na linha de 2054 indica os riscos associados a prazos mais longos, como a sensibilidade às taxas de juro e às expectativas de inflação. Paulo Monteiro Rosa conclui que, apesar do bom momento de acesso aos mercados, os investidores devem estar cientes de que as obrigações de prazo muito longo, como as de 2054, podem apresentar maior volatilidade e menor liquidez no mercado secundário.

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Fonte: Sapo

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