O mais recente estudo da Deloitte, intitulado Observatório da Competitividade Fiscal 2025, aponta para uma ligeira melhoria na perceção do sistema fiscal português. No entanto, a realidade é que 60% das empresas ainda o consideram complexo e ineficaz. Este panorama revela que, apesar de algumas mudanças, o sistema fiscal português continua a ser um entrave significativo ao investimento.
De acordo com o estudo, 93% dos inquiridos classificam o sistema como complexo, e 62% afirmam que é ineficaz. Embora a perceção de eficácia tenha subido para 33%, refletindo uma inversão em relação ao pessimismo dos anos anteriores, os números ainda estão longe dos níveis mais positivos registados entre 2019 e 2021.
As empresas nacionais acreditam que a política fiscal do Governo pode ser um motor para o desenvolvimento e a competitividade. Contudo, a maioria ainda vê o sistema fiscal português como um dos principais obstáculos ao investimento, superado apenas pela questão do funcionamento da justiça. A legislação laboral, que anteriormente ocupava um lugar de destaque nas preocupações, perdeu relevância neste contexto.
Luís Belo, Partner e Tax Leader da Deloitte, sublinha que, apesar de alguma evolução, o sistema fiscal português continua a ser um fator limitador. “As empresas identificam o sistema fiscal como um dos maiores obstáculos ao investimento. Este resultado reforça a necessidade de simplificação administrativa, de um funcionamento célere da justiça tributária e de uma maior previsibilidade da lei fiscal, que são fundamentais para melhorar a competitividade e atrair investimento”, afirma.
A complexidade do sistema fiscal português não só afeta a confiança das empresas, mas também a sua capacidade de planear e investir a longo prazo. A criação de um ambiente fiscal mais amigável e previsível poderia, portanto, ser um passo crucial para estimular o investimento em Portugal.
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Fonte: Sapo
