Tarifas: Empresas capitalizadas têm vantagem no mercado

Num cenário marcado por uma crise tarifária, surgem oportunidades que as empresas devem explorar. Eduardo Ferreira de Lemos, partner da EY, destacou a importância de saber como reagir a este contexto durante o painel sobre tarifas, inserido na conferência ‘9 Chaves para a Europa’, que celebra o aniversário do Jornal Económico. O especialista questionou: “Porquê as tarifas e porquê agora?”. Ele explicou que a massiva industrialização da China e a diminuição da relevância dos Estados Unidos são fatores centrais que moldam o atual panorama económico. As tarifas emergem como uma resposta à situação dos EUA, que se tornaram um mero mercado de consumo, enfrentando um défice estrutural que não consegue compensar a falta de indústria.

A pandemia também teve um impacto significativo, levando diferentes blocos económicos a adotarem estratégias variadas para garantir a sua soberania económica. Ferreira de Lemos referiu que as tarifas representam um processo de protecionismo que, apesar de antigo, não foi alterado por várias administrações. Essa abordagem gerou volatilidade e incerteza, dificultando a tomada de decisões, uma vez que as empresas não sabiam quais tarifas enfrentariam. “Decisões precipitadas destruíram margem”, sublinhou.

A segunda questão levantada foi: “Como reagir à volatilidade e à incerteza?”. Ferreira de Lemos questionou se realmente existe tanta incerteza, já que os EUA têm utilizado tarifas em diferentes momentos e circunstâncias. O protecionismo, segundo ele, é uma realidade estrutural que terá repercussões económicas duradouras. “É difícil imaginar que o défice dos EUA desapareça rapidamente. A política de tarifas não mudará com novas administrações”, afirmou, referindo que a dívida elevada é um entrave.

Para a Europa, o desafio é ainda maior, uma vez que a sua relevância económica está a diminuir. A demografia e a capacidade económica são sinais preocupantes, e a única alternativa é tornar-se competitiva para continuar a exportar. A dificuldade em atrair talento para o continente agrava ainda mais a situação.

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Contudo, existem boas notícias. O principal bloco afetado pelas tarifas é a China, o que representa uma oportunidade para a Europa. Ferreira de Lemos destacou que a Europa possui uma vantagem competitiva em relação à China e à Coreia do Sul. Setores como os têxteis podem beneficiar da deslocalização anterior da produção para a Ásia, ao contrário do que acontece no setor automóvel. “É uma oportunidade para olharmos para os EUA como uma zona de exportações”, afirmou.

Os empresários devem estar atentos às tendências futuras. “As melhores decisões têm de estar na ordem do dia”, frisou Ferreira de Lemos, acrescentando que apenas as empresas capitalizadas terão reais hipóteses de sucesso. A capacidade de investimento e a atração de talento são fatores essenciais, juntamente com a flexibilidade. “É preciso aproveitar setores de nicho para usufruir de oportunidades”, concluiu.

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Fonte: Sapo

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