Transtejo admite falhas no serviço fluvial aos utentes

A presidente do Conselho de Administração da Transtejo, Alexandra Ferreira de Carvalho, reconheceu esta terça-feira, durante uma audição na Comissão Parlamentar de Infraestruturas, Mobilidade e Habitação, que a empresa tem falhado em algumas áreas no que diz respeito ao atendimento aos utentes. No entanto, destacou que o projeto da frota elétrica de navios está a dar frutos e que o serviço tem apresentado melhorias.

“Temos de reconhecer que temos falhado e reiteramos o nosso compromisso para melhorar o serviço que prestamos”, afirmou Alexandra. A operação elétrica, que começou no Seixal em maio, resultou numa diminuição das supressões em junho, julho e setembro, assim como na redução da necessidade de utilizar navios a diesel. A responsável sublinhou que, em julho, a única ligação sem supressões por avaria foi precisamente a do Seixal.

Apesar das declarações de Alexandra Ferreira de Carvalho, a Comissão de Utentes dos Transportes Públicos do Seixal apresentou uma visão diferente. Cristina Pereira, representante da comissão, afirmou que a ligação fluvial entre o Seixal e o Cais do Sodré tem sido marcada por sucessivas supressões “sem motivo e sem justificação”. Para os passageiros, a nova operação elétrica é vista como um “presente envenenado”.

Hernâni Magalhães, também membro do grupo de cidadãos, criticou a implementação de novos horários que não beneficiaram os utentes. “O que queremos é que haja horários discutidos com os utentes. Somos contribuintes como todos os outros e temos direito a transportes públicos de qualidade”, defendeu. Ele sugeriu que a solução passa por aumentar o número de barcos em operação e, se necessário, admitir mais pessoal.

Alexandra Ferreira de Carvalho reafirmou o esforço da Transtejo para garantir que a operação fluvial funcione corretamente, considerando o projeto inovador e ambicioso. A ligação entre o Seixal e o Barreiro tem registado um aumento percentual no número de passageiros, embora a empresa tenha reportado 920 supressões no primeiro semestre deste ano, devido a várias razões, incluindo avarias e assistência a passageiros.

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Atualmente, a Transtejo conta com nove navios elétricos, dos quais três não estão em operação. A empresa espera receber em outubro o décimo e último navio da frota. Além disso, a administradora anunciou que em outubro será feita uma reavaliação da oferta para a ligação entre Cacilhas e Cais do Sodré, que contará com três navios.

A Transtejo também planeia iniciar testes para a carreira do Montijo, com o objetivo de apurar os tempos de viagem. Apesar da entrada em funcionamento dos dez navios elétricos, a empresa ainda enfrenta desafios relacionados com a fiabilidade do serviço. Alexandra Ferreira de Carvalho revelou que foi mandatada para realizar um levantamento das necessidades de frota para os próximos dez anos, de modo a garantir a redundância dos navios.

A Transtejo Soflusa é responsável pelas ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas (Almada), Barreiro e Trafaria/Porto Brandão (Almada), no distrito de Setúbal, e Lisboa. Leia também: “Transtejo faz ‘negócio desastroso’ com barcos elétricos para o Seixal”.

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Fonte: ECO

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