Almada, um concelho que durante 41 anos foi um bastião do comunismo, viu a sua liderança mudar em 2017, quando Inês de Medeiros, do Partido Socialista (PS), conquistou a câmara municipal. Esta mudança, que surpreendeu muitos, ocorreu por uma margem estreita de menos de 500 votos, marcando um novo capítulo na política local. Com a aproximação das autárquicas de 2023, Inês de Medeiros procura agora a reeleição, enfrentando desafios significativos, especialmente na área da habitação.
A cidade, situada na margem esquerda do Tejo, tem um histórico industrial forte, mas também enfrenta problemas de reabilitação urbana. Desde a Trafaria até à Margueira, a promessa de desenvolvimento e revitalização ainda não se concretizou. A Lisnave, uma das principais indústrias da região, continua a ser um símbolo da Almada industrial, mas a falta de ação governamental tem gerado frustração entre os cidadãos.
Em 2017, a vitória de Inês de Medeiros foi celebrada como uma grande conquista para o PS, especialmente após anos de domínio comunista. A autarca, que tem uma carreira no cinema e na política, prometeu trazer novas ideias e uma abordagem diferente à gestão municipal. No entanto, a sua administração tem sido marcada por críticas, especialmente em relação à crise da habitação, que se agravou nos últimos anos.
A oposição, incluindo o CDS e uma coligação entre o Livre e o Bloco de Esquerda, critica a gestão de Medeiros, alegando que a autarquia falhou em responder aos desafios sociais e à especulação imobiliária. A construção ilegal em Almada é um tema recorrente nas discussões políticas, com muitos a apontarem que a situação não foi resolvida desde a implementação do Programa Especial de Realojamento.
Inês de Medeiros reconhece os problemas, afirmando que a gestão da habitação é um dos seus principais focos. No entanto, a pressão aumenta à medida que se aproximam as eleições, e os cidadãos exigem soluções concretas. A autarca terá de demonstrar que é capaz de lidar com os desafios que se avizinham e de manter a confiança que os eleitores depositaram nela em 2017.
A política em Almada está num momento decisivo, e a reeleição de Inês de Medeiros poderá depender da sua capacidade de apresentar soluções eficazes para os problemas que afetam a comunidade. Com a abstenção a ser uma preocupação constante, a mobilização dos eleitores será crucial para o futuro político do concelho.
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Almada Nota: análise relacionada com Almada.
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Fonte: ECO
