O programa de Jimmy Kimmel voltou à antena na noite de terça-feira, após uma pausa de quase uma semana, provocando reações intensas, especialmente do ex-presidente Donald Trump. A Disney, que detém a ABC, decidiu suspender temporariamente o programa devido a comentários do comediante sobre o assassinato do ativista de extrema-direita Charlie Kirk. Kimmel, ao iniciar a emissão, afirmou: “Não penso que haja nada de engraçado sobre isso. Não foi minha intenção culpar nenhum grupo específico pelas ações de um indivíduo profundamente problemático”, recebendo uma ovação em pé do público presente.
A decisão da Disney de suspender o programa foi também influenciada por pressões nas redes sociais, onde muitos clientes ameaçaram cancelar as suas subscrições ao Disney+ devido a alegações de censura. Apesar do regresso de Kimmel, duas importantes estações televisivas regionais, a Nexstar Media Group e a Sinclair, optaram por não transmitir o programa, acentuando a controvérsia em torno da figura do comediante.
Donald Trump não tardou em reagir, expressando a sua indignação nas redes sociais. “Porque é que querem de volta alguém que não é engraçado e coloca em risco a televisão ao passar lixo democrata?”, questionou, referindo-se ao programa de Kimmel como uma “arma do DNC” (Partido Democrata). Esta crítica acentuou a tensão entre o ex-presidente e o comediante, que, por sua vez, acusou Trump de tentar silenciar comediantes e jornalistas, ameaçando a liberdade de expressão nos Estados Unidos, um direito consagrado na primeira emenda da Constituição.
Além disso, a ABC News chegou a um acordo para doar 15 milhões de dólares à biblioteca presidencial de Trump, como parte de um entendimento sobre comentários feitos por um jornalista relacionados a um caso judicial envolvendo o ex-presidente. Este episódio não é isolado, uma vez que a Paramount Global também pagou 16 milhões de dólares em julho para resolver uma disputa sobre a edição de uma entrevista com Kamala Harris.
Recentemente, a Paramount cancelou o programa de comédia “The Late Show” com Stephen Colbert, o que muitos interpretaram como uma tentativa de agradar a Trump. Kimmel, em resposta a estas situações, sublinhou a importância da liberdade de imprensa, afirmando que “não devemos prestar mais atenção a isso”.
O regresso de Jimmy Kimmel à televisão não só reacendeu debates sobre a liberdade de expressão, mas também colocou em evidência as tensões entre a comédia e a política nos Estados Unidos. Leia também: “A influência da comédia na política americana”.
Jimmy Kimmel Jimmy Kimmel Jimmy Kimmel Nota: análise relacionada com Jimmy Kimmel.
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Fonte: Sapo