Na passada quinta-feira, Lisboa foi o palco de um encontro que reuniu 92 líderes de sustentabilidade de 72 empresas, todos unidos pelo objetivo de discutir os desafios da sustentabilidade empresarial. A iniciativa, organizada pelo Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD), teve como ponto de partida a estação de metro de Alto dos Moinhos, onde Rita Nabeiro, presidente do BCSD, sublinhou a importância de se atentar às lacunas existentes entre as ambições e a realidade das empresas.
Rita Nabeiro alertou para a necessidade de ação concertada, afirmando que muitos compromissos em áreas como as alterações climáticas, diversidade e inclusão, e economia circular correm o risco de permanecer apenas no papel. “Precisamos de criar um sentido de comunidade”, disse, referindo-se ao retrocesso na urgência de agir sobre a sustentabilidade. Para Nabeiro, momentos como este são cruciais para inspirar e unir os responsáveis de sustentabilidade, que muitas vezes enfrentam dificuldades.
Filipa Pantaleão, secretária-geral do BCSD, corroborou a ideia de que o último ano foi desafiador para os profissionais da sustentabilidade. A pressão regulatória e as mudanças no cenário europeu, que em 2024 colocaram o ESG no centro da agenda, foram seguidas por um desânimo em 2025. Pantaleão espera que o contacto entre os delegados permita a partilha de desafios e soluções, promovendo uma maior colaboração.
Após as apresentações iniciais, os participantes foram divididos em equipas e partiram para diferentes estações do metro, onde abordaram temas como finanças sustentáveis, cadeia de valor, biodiversidade e inclusão. A primeira paragem foi no BNP Paribas, onde os líderes discutiram produtos financeiros verdes e a importância do reporte de sustentabilidade.
Durante a atividade, as equipas tiveram a oportunidade de explorar a materialidade e a relevância dos temas de sustentabilidade para as suas empresas. A troca de ideias foi intensa, com sugestões sobre como abordar o cálculo da pegada de carbono e a monetização das ações de sustentabilidade.
A jornada continuou na Fujitsu, onde os participantes aprenderam sobre uma plataforma baseada em blockchain que permite rastrear a origem dos produtos, um passo importante para evitar o greenwashing. A responsável pela área de ESG da empresa destacou a importância de garantir a credibilidade dos processos de produção e a gestão dos resíduos.
O encontro culminou nos jardins da Fundação Gulbenkian, onde as equipas foram desafiadas a identificar espécies de plantas, reforçando a ligação entre os negócios e a natureza. Paulo Pereira, da consultora NBI, enfatizou que “qualquer negócio está ligado à natureza”, sublinhando a crescente relevância da biodiversidade na sustentabilidade empresarial.
Este encontro não só promoveu a partilha de experiências, mas também reforçou a importância da colaboração entre empresas para enfrentar os desafios da sustentabilidade. Os líderes de sustentabilidade que participaram saíram com novas ideias e uma rede de contactos que pode ser crucial para o avanço das suas iniciativas.
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Fonte: ECO