Em Portugal, a proteção de bens tangíveis tem vindo a ser uma prioridade para cidadãos e empresas. A maioria das famílias não hesita em contratar seguros automóveis, proteger a sua habitação ou garantir cobertura de saúde, seja através de apólices individuais ou de planos empresariais. Estas práticas demonstram uma preocupação legítima com a estabilidade financeira e a proteção de ativos imediatos.
No entanto, quando se fala em seguros de vida, a realidade é bem diferente. A penetração deste tipo de proteção no mercado português continua a ser baixa, evidenciando uma falta de cultura e consciência sobre a importância deste instrumento. Muitos ainda veem o seguro de vida como algo supérfluo e distante, associado a cenários de fatalidade, quando, na verdade, deve ser considerado um pilar de segurança financeira, planeamento patrimonial e responsabilidade social.
Os dados revelam que Portugal está abaixo da média europeia na contratação de seguros de vida. Países como França, Alemanha e Reino Unido desenvolveram uma visão mais integrada sobre este tipo de proteção, não a encarando apenas como um mecanismo de cobertura em caso de morte, mas também como uma ferramenta de poupança, investimento e planeamento sucessório.
Em Portugal, prevalece uma mentalidade imediatista: protege-se o carro para evitar multas, a casa porque é um ativo visível e a saúde devido à perceção de necessidade constante. A vida, paradoxalmente, fica em segundo plano, quando deveria ser o foco principal.
Neste contexto, os corretores de seguros desempenham um papel crucial. Eles têm a proximidade necessária para esclarecer dúvidas, desfazer mitos e apresentar soluções adaptadas às realidades pessoais e empresariais. O corretor não é apenas um intermediário comercial, mas sim um conselheiro de confiança que ajuda famílias e organizações a refletir de forma estruturada sobre riscos e responsabilidades.
Ao aproximar o tema da vida da linguagem do dia-a-dia, os corretores contribuem para que as pessoas compreendam que contratar seguros de vida não é um luxo, mas uma forma de cuidar dos que ficam, evitando que uma ausência se transforme numa crise financeira.
Este debate não deve ser apenas individual. As empresas, como motores da economia, têm um papel determinante na mudança cultural. A inclusão de seguros de vida nos pacotes de benefícios é uma prática que reforça o compromisso das organizações com o bem-estar e a estabilidade dos seus colaboradores. Além disso, existem soluções específicas para proteger gestores, sócios e acionistas, assegurando a continuidade da atividade em cenários imprevistos.
Incorporar o seguro de vida numa lógica de responsabilidade social empresarial não é apenas uma boa prática, mas uma medida estratégica de resiliência. Num mercado cada vez mais competitivo, as empresas que adotam esta visão demonstram solidez e uma preocupação genuína com o futuro das pessoas e do próprio negócio.
O mercado segurador português já oferece diversas soluções, adaptadas a diferentes perfis e necessidades. Desde produtos mais simples, focados apenas na cobertura do risco de morte, até opções mais sofisticadas que combinam proteção com componentes de poupança ou investimento, a oferta é ampla e flexível.
O que falta, em grande medida, é a consciência — individual e coletiva — para abordar este tema com o compromisso e a responsabilidade que merece. Proteger a vida deve ser uma prioridade.
Portugal já mostrou maturidade na proteção de bens materiais. O próximo passo é aprender a proteger o que é mais valioso: a vida. Contratar um seguro de vida não é um ato de pessimismo, mas sim de responsabilidade e visão. É a garantia de que, perante imprevistos, haverá estabilidade, continuidade e dignidade para quem fica.
A construção desta cultura depende de cada um de nós, mas também do papel ativo dos corretores, das empresas e de um mercado preparado para responder. É tempo de colocar a vida no centro da proteção. Leia também: A importância da educação financeira em Portugal.
seguros de vida Nota: análise relacionada com seguros de vida.
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Fonte: ECO